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Na Cooperativa de Catadores sempre é Dia do Meio Ambiente

Sexta, 05 de junho de 2015

 

A maioria das residências de São Bento do Sul pratica a coleta seletiva, mas ainda falta cuidado na separação dos materiais

Reservado para pensar em ações de preservação da natureza, 5 de Junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente, foi instituído em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas em Estocolmo. Mas há pessoas em São Bento do Sul que estão ligadas diariamente a práticas de sustentabilidade, como os 28 trabalhadores da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis e todas as pessoas que participam da coleta seletiva. O lixo separado nas residências dos são-bentenses resulta num volume de aproximadamente 60 toneladas por mês. Esse material vai para a cooperativa  e se transforma em renda e cidadania.

Sandra Alves de Lima de Carvalho Machado, presidente da cooperativa, explica que todo dia chegam quatro caminhões da coleta seletiva na sede, localizada no bairro Brasília. A coleta nas casas é de responsabilidade da empresa Transresíduos, que conta com sete funcionários para recolher o lixo reciclável em todos os bairros. Para dar conta de todo o material recebido, os trabalhadores da cooperativa dividem-se em dois turnos, um das 8 às 17 horas e  outro das 13 às 20 horas, de segunda a sábado.

“O serviço não para nem por um minuto. É preciso estar bastante disposto todos os dias, pois é um trabalho que exige bastante, mas feito com muita dignidade”, ressalta a presidente. Ela, que está há 10 anos na cooperativa – que existe há 12 – já trabalhou em fábricas e também como diarista. “Eu amo o que eu faço, pois o que fazemos aqui é fundamental para o meio ambiente”, diz.

No galpão, o trabalho começa com o descarregamento dos caminhões. Depois, o lixo é todo separado na esteira rolante por categorias – plástico, papel colorido e papel branco, garrafas PET, caixas de ovos, cimento, caixas de leite, jornal, revista, ferro, alumínio, sacola plástica, saco de lixo e garrafas – e vai para a prensa. De acordo com Sandra, o material é vendido para empresas de Rio do Cedro, Joinville e São Bento do Sul para gerar o salário dos cooperados.

O tesoureiro da cooperativa, Sérgio Engel, comenta que a renda é calculada por hora trabalhada. No mês de abril, eles conseguiram chegar ao valor de R$ 5,19/hora. “A renda média fica em torno de R$ 800 mensais por trabalhador, mas isso depende de quanto tempo cada um trabalhou no mês”, comenta.

Com o óleo de cozinha usado, recolhido pela coleta seletiva, eles garantem o 13º salário e as festas de final de ano. “Antes, não existia final de ano para gente. Natal não tinha festa. Mas tivemos a ideia de guardar todo o dinheiro arrecadado durante o ano com a venda do óleo e de garrafas PET e usá-lo como extra”, conta Sandra. Hoje, com essa economia, é possível organizar as cestas de Natal e ainda fazer a festividade para as crianças, além de pagar INSS de todos.

Muitas vezes, a cooperativa emprega mais de um membro da mesma família. Sandra, por exemplo, foi trabalhar no galpão porque a mãe já era cooperada. Atualmente, ela também é colega do filho e de mais dois sobrinhos. Mauremir Viana e Antônio Sidnei Siqueira se conheceram no trabalho e pretendem se casar dentro da cooperativa como forma de homenagem ao local . “A cooperativa acaba se tornando uma família. Todos se ajudam muito”, enfatiza Sandra.

Seleção de materiais

Segundo informações fornecidas pela Transresíduos, empresa responsável pela coleta de lixo da cidade, cerca de 70% da população são-bentense separa o lixo em casa. Mas, para os funcionários da cooperativa, ainda falta mais cuidado na hora da reciclagem. Não é preciso lavar as embalagens nem separar por tipo de material, mas o ideal é não misturar lixo reciclável com lixo orgânico. “Isso acaba atrasando bastante o trabalho e ainda acaba estragando ou contaminando alguns materiais que podiam ser reciclados e que acabam tendo que ir para o aterro”, fala Sandra.

Sérgio e Sandra  já tiveram muitos problemas com a separação mal feita. Um dos problemas mais comuns é com embalagens de shampoo jogadas em sacos de papel higiênicos e restaurantes que misturam latas e garrafas com restos de comida. Outros entulhos que aparecem nas sacolas variam de restos de construção, fraldas usadas, fezes de cachorros e até animais mortos. “Ainda falta certo respeito. As pessoas acham que depois que jogam o lixo, ele desaparece, mas ainda há outras pessoas que vão fazer dele material de trabalho”, frisa Sérgio.

No ano passado, Sandra teve problemas com seringas e agulhas de ambulatórios particulares e de residências que foram jogadas na coleta seletiva. Uma das agulhas perfurou o dedo de Sandra, que teve que tomar,  por sete meses, coquetéis de remédios para evitar qualquer tipo de infecção. Recentemente, um vidro com veneno para ratos foi enviado à cooperativa, contaminando todo o local e deixando alguns funcionários doentes.  “Outra coisa que não pode ser colocada no reciclável são as cinzas de churrasqueiras, lareiras e fogão à lenha. Elas ainda conseguem queimar os materiais e podem produzir incêndios. Esses dias, chegou um caminhão pegando fogo aqui por causa das cinzas”, alerta o tesoureiro.

Dicas

Se a coleta seletiva deixou de passar na sua rua no dia combinado, ligue para 0800 644 1082, 115, ou 3631 3929.

O óleo de cozinha usado deve ser colocado em garrafas pet tampadas para ser recolhido pelo caminhão da coleta seletiva. Espere o óleo esfriar antes de colocar na garrafa.

Restaurantes que desejarem receber tonéis plásticos para armazenar o óleo, podem entrar em contato com a Cooperativa de Catadores pelos telefones (47) 9175-0859 e 9139-4798.   

Vidros quebrados devem ser colocados em caixas de papelão ou embrulhados em jornal para não machucar o responsável pela coleta.

Nunca misture lixo orgânico com o material reciclável.

 


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