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Creche prejudicada por cheiro de gás lacrimogêneo suspende aulas no PR

Quinta, 30 de abril de 2015

 

Confronto ocorreu no Centro Cívico, em Curitiba, e deixou 213 feridos. 
Suspensão das aulas foi tomada por precaução; aulas voltam na segunda (4).

 

Adriana JustiDo G1 PR

Crianças precisaram deixar a creche às pressas na quarta-feira  (Foto: Everson Bressan/SMCS)Crianças precisaram deixar a creche às pressas na quarta-feira (Foto: Everson Bressan/SMCS)

O Centro Municipal de Educação Infantil do bairro Centro Cívico, em Curitiba, que teve que chamar os pais para buscar os filhos às pressas por causa do confronto entre professores grevistas e Polícia Militar (PM), decidiu não receber os alunos nesta quinta-feira (30) por precaução. A creche fica atrás da Praça Nossa Senhora de Salete, onde ocorreu o enfrentamento que acabou com 213 feridos, na tarde de quarta-feira.

"Nós percebemos que o clima tava tenso quando ouvimos o barulho das bombas", conta o diretor Dagoberto dos Santos. Segundo ele, a primeira medida a ser tomada foi levar os alunos para uma sala que fica nos fundos da escola. Muitas crianças passaram mal por causa do cheiro das bombas de gás lacrimogêneo, que pode ser sentido nas dependências da escola. "Nós todos começamos a ficar com a garganta e os olhos irritados, e algumas crianças também chegaram a vomitar".

Creche amaheceu sem alunos nesta quinta-feira  (Foto: Adriana Justi / G1)
Creche amaheceu sem alunos nesta quinta-feira
(Foto: Adriana Justi / G1)

"Além do barulho, também houve tumulto aqui na frente porque alguns manifestantes feridos correram pra cá. Eles gritavam e expressavam as palavras de protesto. Foi um susto enorme. Não só as crianças, mas os funcionários também ficaram assustados com tudo aquilo que estava acontecendo", argumentou Santos.

"Mas todas as crianças foram atendidas rapidamente pelos professores e no fim das contas tudo ficou bem", completou o educador. Como nesta sexta-feira (1º) será feriado do Dia do Trabalho, as atividades na creche voltarão ao normal na segunda-feira (4).

A greve dos professores foi motivada pelo projeto do governo estadual de mudar a forma de custear a ParanaPrevidência, o regime próprio da Previdência Social dos servidores do estado. O projeto aprovado em sessão extraordinária na quarta segue agora para sanção do governador Beto Richa (PSDB). Foram 31 votos favoráveis e 20 contrários, mesmo número de votos da primeira votação.Veja abaixo o que muda com a aprovação do projeto.

Grupo de estudantes protesta nesta quinta-feira (30), no Centro Cívico  (Foto: Adriana Justi / G1)
Grupo de estudantes protesta nesta quinta-feira,
no Centro Cívico (Foto: Adriana Justi / G1)

Nesta quinta-feira (30), o cenário em frente à Assembleia começou diferente dos últimos três dias, quando centenas de pessoas estavam acampadas no local. Por volta das 10h, apenas um grupo de estudantes de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR) protestavam em apoio aos professores.

Com faixas e cartazes, eles exibiam a indignação com relação ao clima de tensão da tarde de quarta-feira. "Nós estamos aqui em apoio aos professores e contra o massacre que marcou a história da Educação no Paraná. Também somos contra a aprovação do projeto de lei que traz mudanças para a Previdência. Estamos na luta e em luto", disse a estudante Suellen Fabris que defendeu ainda que os professores querem apenas garantir uma aposentadoria segura.

Poucos policiais também estavam no local por volta das 10h. Além disso, vários funcionários também atuavam no local para retirar as grades de proteção instaladas pela Polícia Militar (PM) para impedir a aproximação de professores na sede da Assembleia Legislativa.

Confronto

 

Os professores foram impedidos de entrar na Assembleia já na segunda-feira (27), quando o projeto foi votado em primeiro turno.

A manifestação ganhou força quando muitos ônibus com servidores do interior chegaram ao Centro Cívico de Curitiba, no começo de terça-feira (28). Com mais pessoas e ânimos aflorados com o passar do dia, o primeiro confronto surgiu, na madrugada da terça, quando dois caminhões de som do sindicato dos professores foram rebocados e retirados da frente da Assembleia.

 

Durante a manhã, outro confronto. Bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e jatos de água foram usados contra os trabalhadores públicos que estavam no local. Os servidores tentavam chegar até a Assembleia para participar da sessão, mas foram barrados por um cordão policial.

O pior embate entre manifestantes e policias, no entanto, foi nesta quarta-feira. Dos cerca de 200 feridos, 63 foram encaminhados para hospitais. Os primeiros atendimentos foram realizados na sede da Prefeitura Municipal, que também fica na região do Centro Cívico.

Um repórter cinematográfico da TV Bandeirantes de Curitiba, Luiz Carlos de Jesus, foi atacado por um cão pit bull da Polícia Militar, durante os protestos de quarta. Assista ao vídeo.

O sindicato dos professores diz que havia 25 mil manifestantes no local. A polícia fala em 5 mil. A Secretaria de Segurança Pública afirma que 20 policiais também ficaram machucados. Sete pessoas foram presas, segundo balanço divulgado pela Polícia Civil.

Aprovação do projeto da Previdência
A administração estadual enfrenta problemas de caixa, e a estimativa é que essas mudanças vão representar uma economia de R$ 125 milhões por mês.

Com a aprovação do projeto pelos deputados, 33.556 beneficiários com 73 anos ou mais serão transferidos do Fundo Financeiro para o Previdenciário.

O Fundo Financeiro é bancado pelo governo estadual. Já o Previdenciário é composto por contribuições dos servidores estaduais. Com essa mudança da origem do custeio, a administração economizaria mensalmente os referidos R$ 125 milhões.

O governo afirma que serão preservadas todas as garantias dos funcionários públicos e que os cálculos atuais realizados pelos técnicos garantem a solvência do sistema por 29 anos.

Mas os servidores alegam que a mudança comprometeria a saúde financeira da ParanaPrevidência, ou seja, faria que, com o tempo, a instituição tivesse mais a pagar do que a receber.

O projeto do governo estadual prevê que o Fundo Previdenciário terá ainda o aporte de R$ 1 bilhão a partir de 2021, com o reinício de repasse ao Estado dos royalties da usina de Itaipu, que garantiria a solvência do sistema por pelo menos 29 anos.

Em fevereiro, o governo estadual retirou um projeto apresentado na Assembleia e fez modificações antes de submetê-lo novamente à votação.

Poucos policiais estavam no Centro Cívico nesta quinta  (Foto: Adriana Justi / G1)Poucos policiais estavam no Centro Cívico nesta quinta (Foto: Adriana Justi / G1)


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