O segundo encontro do programa De Bem com a Vida: Climatério de 2015, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde, teve como tema a “Incontinência Urinária”. A fisioterapeuta e especialista em geriatria Adriane Cristoff Machado conversou com as participantes sobre o problema de saúde que, apesar de ser comumente associado à velhice, pode ocorrer em qualquer época da vida. A palestra aconteceu na quarta-feira (29), no auditório do Centro Administrativo Leopoldo Zschoerper. A partir de abril, todos os encontros do programa acontecerão nesse local.
Segundo Adriane, a doença pode aparecer em qualquer fase, até mesmo em mulheres jovens. “Um dos problemas associados à incontinência é que muitos acham que ela só aparece devido ao envelhecimento e não procuram tratamento, podendo agravar a situação”, comenta.
Muitos podem ser as causas do problema urinário, como a sucessão de vários partos, medicamentos com ação diurética, tumores malignos ou benignos que pressionem a bexiga, infecções urinárias repetidas e não tratadas corretamente, tabagismo, problemas genéticos e hormonais e obesidade. “Claro que a perda da força da musculatura do assoalho pélvico causada com a maturidade pode ser uma das causas, mas isso também pode acontecer ao longo da vida. Por isso é essencial ficar atento a qualquer sinal e procurar um médico para o diagnóstico correto”, afirma a fisioterapeuta.
Outro fator importante para ficar alerta são as idas ao banheiro. A chamada “bexiga hiperativa”, quando a pessoa vai ao banheiro muitas vezes ao dia pode ocasionar um problema mais grave. “É muito raro alguém saber quantas vezes usa o banheiro, porém é importante ter o controle sobre isso”, alerta. A doença é muito mais frequente em mulheres por causa da dinâmica de seu aparelho urinário, mas também pode aparecer em homens submetidos à cirurgia para retirada da próstata.
A incontinência urinária pode ser observada em vários níveis. Ela pode ser causada por um esforço, como ao tossir, rir e fazer algum exercício, e pode ser caracterizada como urgente, quando a pessoa sente vontade repentina de urinar, mas não consegue chegar a tempo ao banheiro. Ou ainda pode ser um misto dos dois tipos. Após o diagnóstico médico, o tratamento pode ser por meio da fisioterapia com exercícios para o assoalho pélvico que estimulem a contração do músculo, medicação ou cirurgia. “Importante lembrar que bexiga caída não é a mesma coisa que incontinência”, destaca Adriane.
A fisioterapeuta aconselha a procurar um especialista ao menor sinal da disfunção, pois muitas mulheres sentem vergonha e deixam a patologia se acentuar. As consequências da incontinência podem ser isolamento social e até mesmo a depressão. Uma forma de prevenir é evitar a obesidade e o sedentarismo e praticar exercícios fisioterápicos para fortalecer o assoalho pélvico, em algumas academias trabalham nesse sentido.