BRASÍLIA - O governo federal arrecadou R$ 94,112 bilhões em impostos e contribuições em março, uma alta de 0,48% na comparação com o mesmo mês de 2014, já descontando a inflação. No entanto, na comparação trimestral, o total recolhido caiu. No acumulado de janeiro a março, a arrecadação ficou em R$ 309,276 bilhões — um recuo real de 2,03% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pela Receita Federal.

As desonerações pesaram para o resultado da arrecadação. A Receita informou que o governo federal abriu mão de R$ 9,68 bilhões em março em função das desonerações, ante um valor de R$ 7,96 bilhões no mesmo mês de 2014. De janeiro a março, a renúncia fiscal foi de R$ 29,11 bilhões — contra R$ 23,81 bilhões nos três primeiros meses do ano passado. Somente com a desoneração sobre a folha de pagamentos, o governo federal abriu mão de R$ 5,59 bilhões nos três primeiros meses deste ano.

A Receita Federal destacou que houve uma queda dos principais indicadores macroeconômicos. A produção industrial, por exemplo, recuou 9,10% em fevereiro, ante o mesmo mês do ano passado. A venda de bens e serviços e o valor em dólar das importações caíram 10,26% e 13,37%, respectivamente. Por outro lado, houve alta de 6,93% na massa salarial, na mesma base de comparação.

ARRECADAÇÃO PREVIDENCIÁRIA CAI

Houve redução também de 1,06% na arrecadação de IRPJ/CSLL no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2014. O valor recolhido passou de R$ 62,85 bilhões para R$ 62,19 bilhões. No período, também houve uma queda de 4,3% na arrecadação de Cofins/PIS-Pasep, de R$ 66,55 bilhões para R$ 63,69 bilhões.

A receita previdenciária, por sua vez, caiu 2,84% – de R$ 90,53 bilhões para R$ 87,96 bilhões. Segundo a Receita, a queda deve-se, principalmente, à desoneração sobre a folha de pagamentos. Também na comparação com o primeiro trimestre de 2014, o recolhimento do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) caiu 12,21% – de R$ 4,03 bilhões para R$ 3,54 bilhões. Neste último caso, o Fisco atribuiu o resultado ao decréscimo na arrecadação de ganhos de capital na alienação de bens (-20,16%).