Uma operação do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu três pessoas e cumpriu nove mandados de busca e apreensão emCriciúma, no Sul catarinense. Entre os detidos na ação da manhã desta quinta-feira (23) estão o sócio-proprietário e o diretor financeiro da Criciúma Construções. Além deles, o um empresário do ramo de supermercados também foi preso.
De acordo com o Gaeco, a ação é resultado de um ano de investigações. Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), a construtora vendeu apartamentos sem a prévia incorporação imobiliária, praticou estelionato, parcelamento irregular do solo urbano, falsidade ideológica, fraude processual, ocultação de bens provenientes de infração penal e crimes relacionados à falência da empresa.
Em 2014, o MPSC ingressou com uma ação civil pública contra a empresa e os seus proprietários. O órgão identificou 8,8 mil consumidores de várias regiões de Santa Catarina e do Norte do Rio Grande do Sul lesados pela construtora. Segundo a investigação, a empresa não cumpriu os prazos de entrega dos imóveis que vendeu.
Prisões
De acordo com o MPSC, os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em cinco residências e um supermercado de Criciúma, uma empresa em Morro da Fumaça e na sede da construtora, em Içara.
Segundo a assessoria de comunicação, os três suspeitos devem ficar detidos por cinco dias para prestar esclarecimentos. Os responsáveis pela operação não passaram mais detalhes sobre as investigações e ação desta quinta.Conforme o MPSC, as investigações continuam para identificar outras pessoas envolvidas.
O G1 tentou contato com a empresa, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Equipes do Gaeco de Criciúma receberam apoio de Lages, Itajaí e Florianópolis.
Recorrer à Justiça
Segundo o assessor jurídico da associação que foi criada pelos credores para tentar resolver o problema, o melhor caminho para quem comprou os imóveis e não recebeu ainda é entrar na Justiça.
Em outubro do ano passado o dono da construtora, conversou com a equipe de reportagem da RBS TV e informou que a inadimplência foi o motivo de atrasos e descumprimentos de prazos. Segundo ele, a empresa estava negociando com os compradores e aos poucos passaria a escritura dos imóveis aos clientes para que eles mesmos pudessem terminar as obras.