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Doença de Mormo ainda requer atenção dos criadores

Terça, 14 de abril de 2015

 

Recentemente, um cavalo de uma pequena propriedade em São Cristóvão do Sul, região central de Santa Catarina foi diagnosticado com Mormo, uma doença que ataca o sistema respiratório de cavalos, mulas e jegues. Por conta disso, eventos no Estado com a participação de equinos foram cancelados pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), como medida preventiva, sobretudo porque a doença tem caráter de zoonose, ou seja, poder ser transmitida a humanos.

Em São Bento do Sul, nenhum caso foi detectado, mas o veterinário da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Jackson Baia Lopes, explica que é preciso ficar atento. “Não há motivo para pânico, até porque a doença é rara em nossa região. Mas, mesmo assim, é importante avaliar a saúde do animal, principalmente se o cavalo apresentar algum sintoma do Mormo”, ressalta.

Causado pela bactéria Burkholdelia mallei, o Mormo tem como principais sintomas respiração difícil, febre, prostração, fraqueza e anorexia. Podem aparecer também nódulos no nariz e nos pulmões dos animais, além de feridas nos membros. “Como muitos dos sintomas podem ser parecidos com uma gripe, o proprietário do animal deve procurar por um veterinário para uma avaliação mais detalhada”, explica Jackson. Caso necessário, o profissional fará uma coleta de sangue a ser enviada a São Paulo para um exame laboratorial. O custo do exame varia de R$ 170 a R$ 200 e o resultado sai em aproximadamente uma semana.

Além da observação mais cuidadosa, o veterinário aconselha evitar o trânsito e aglomerações de animais neste momento, como em rodeios e cavalgadas. “A transmissão acontece através de secreções dos animais doentes que contaminam, principalmente, recipientes de água e comida. É importante lembrar que é uma zoonose e pode ser transmitida ao homem, caso haja contato”, enfatiza. O equídeo diagnosticado com mormo deve ser sacrificado, pois não há tratamento. Em humanos, a doença também pode levar à morte, por isso pessoas que tenham contato com algum animal contaminado devem procurar imediatamente um médico.

 

De partida

Não há prazo para que o Ministério da Agricultura considere o Estado livre da contaminação do mormo, porém os eventos com equídeos não estão proibidos. Segundo Jackson, conforme recomendações da Cidasc, os eventos podem acontecer, desde que haja a apresentação de exame negativo de mormo. “Só dessa forma será emitida a Guia de Trânsito Animal (GTA). No Paraná, por exemplo, foram seis meses para a liberação geral, mas não há um tempo exato”. O proprietário pode procurar o veterinário da Secretaria da Agricultura e do Meio Ambiente que vai até o local para a coleta de sangue do animal.

Jackson está de saída da secretaria, mas outro médico veterinário já foi chamado para ocupar a função. Ele passou em concurso público e vai assumir vaga em Rio Negrinho. “Minha sensação é de dever cumprido. Só tenho a agradecer ao prefeito Fernando Tureck, ao secretário, Lírio Volpi, e principalmente à população são-bentense, que sempre respeitou meu trabalho. Agora é hora de seguir novos caminhos”, observa. O secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Lírio Volpi, explica que, dentro de alguns dias, novo profissional já estará atendendo. “O Jackson fez um excelente trabalho, ele terá sempre a nossa gratidão e desejamos de sucesso na nova empreitada”, elogiou Volpi.  



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