Recentemente, um cavalo de uma pequena propriedade em São Cristóvão do Sul, região central de Santa Catarina foi diagnosticado com Mormo, uma doença que ataca o sistema respiratório de cavalos, mulas e jegues. Por conta disso, eventos no Estado com a participação de equinos foram cancelados pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), como medida preventiva, sobretudo porque a doença tem caráter de zoonose, ou seja, poder ser transmitida a humanos.
Em São Bento do Sul, nenhum caso foi detectado, mas o veterinário da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Jackson Baia Lopes, explica que é preciso ficar atento. “Não há motivo para pânico, até porque a doença é rara em nossa região. Mas, mesmo assim, é importante avaliar a saúde do animal, principalmente se o cavalo apresentar algum sintoma do Mormo”, ressalta.
Causado pela bactéria Burkholdelia mallei, o Mormo tem como principais sintomas respiração difícil, febre, prostração, fraqueza e anorexia. Podem aparecer também nódulos no nariz e nos pulmões dos animais, além de feridas nos membros. “Como muitos dos sintomas podem ser parecidos com uma gripe, o proprietário do animal deve procurar por um veterinário para uma avaliação mais detalhada”, explica Jackson. Caso necessário, o profissional fará uma coleta de sangue a ser enviada a São Paulo para um exame laboratorial. O custo do exame varia de R$ 170 a R$ 200 e o resultado sai em aproximadamente uma semana.
Além da observação mais cuidadosa, o veterinário aconselha evitar o trânsito e aglomerações de animais neste momento, como em rodeios e cavalgadas. “A transmissão acontece através de secreções dos animais doentes que contaminam, principalmente, recipientes de água e comida. É importante lembrar que é uma zoonose e pode ser transmitida ao homem, caso haja contato”, enfatiza. O equídeo diagnosticado com mormo deve ser sacrificado, pois não há tratamento. Em humanos, a doença também pode levar à morte, por isso pessoas que tenham contato com algum animal contaminado devem procurar imediatamente um médico.
De partida
Não há prazo para que o Ministério da Agricultura considere o Estado livre da contaminação do mormo, porém os eventos com equídeos não estão proibidos. Segundo Jackson, conforme recomendações da Cidasc, os eventos podem acontecer, desde que haja a apresentação de exame negativo de mormo. “Só dessa forma será emitida a Guia de Trânsito Animal (GTA). No Paraná, por exemplo, foram seis meses para a liberação geral, mas não há um tempo exato”. O proprietário pode procurar o veterinário da Secretaria da Agricultura e do Meio Ambiente que vai até o local para a coleta de sangue do animal.
Jackson está de saída da secretaria, mas outro médico veterinário já foi chamado para ocupar a função. Ele passou em concurso público e vai assumir vaga em Rio Negrinho. “Minha sensação é de dever cumprido. Só tenho a agradecer ao prefeito Fernando Tureck, ao secretário, Lírio Volpi, e principalmente à população são-bentense, que sempre respeitou meu trabalho. Agora é hora de seguir novos caminhos”, observa. O secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Lírio Volpi, explica que, dentro de alguns dias, novo profissional já estará atendendo. “O Jackson fez um excelente trabalho, ele terá sempre a nossa gratidão e desejamos de sucesso na nova empreitada”, elogiou Volpi.