Marcados para esta sexta-feira e domingo, as manifestações do 13 e do 15 reúnem espectros diferentes. Do lado do protesto que defende a manutenção do governo, movimentos sindicais e sociais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), exigem reformas.
Do outro lado, o grupo que protesta contra o atual governo com apoio da Associação Empresarial da Região Metropolitana de Florianópolis (Aemflo), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Federação das Associações Empresariais de SC (Facisc). Pelo menos 14 cidades catarinenses criaram eventos no Facebook para reunir a população em protesto domingo.
Para esta sexta, está marcada uma manifestação em Florianópolis e em outras 14 capitais do país. Entidades sindicais e movimentos sociais de todo o país realizam hoje um ato em defesa de que a mudança necessária no país é uma reforma na estrutura política do poder e contra o que chama de "retrocesso", pelo espaço dado a vozes que defendem uma intervenção militar.
A manifestação está sendo chamada de Dia Nacional de Luta em Defesa dos Direitos da Classe Trabalhadora, da Petrobrás, da Democracia e Reforma Política, Contra o Retrocesso. A data foi escolhida por ser chamada do dia de mobilização pelos petroleiros representados pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). Na Capital catarinense, o protesto será na Catedral Metropolitana de Florianópolis, às 14h e defende os direitos trabalhistas. A CUT-SC ainda coloca na pauta a cobrança para a retirada das medidas provisórias que alteram o seguro desemprego e o auxílio-doença, além de defender a Petrobras contra o que as entidades sindicais veem como um risco de que a estatal perda poder. _ É em defesa de Petrobras. Defendemos também que quem praticou corrupção seja punido _ disse Renaldo Pereira, um dos dirigentes da CUT-SC.
Ao todo, são 15 entidades, movimentos ou grupos apoiando a iniciativa. Assinam o manifesto: a União Nacional dos Estudantes, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, a Central dos Movimentos Populares, o Movimento de Atingidos por Barragem, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, o Movimento Nacional das Populações de Rua, o grupo Fora do Eixo e o movimento Mídia Ninja.
- Defendemos que o governo avance nas demandas sociais, nas necessidades do povo. A partir do momento em que vermos essas melhorias, o governo passará a contar com um maior apoio dos movimentos - disse Vilson Santin, integrante das coordenações estadual e nacional do MST.
Iniciado pelas redes sociais por pessoas insatisfeitas com o governo da presidente Dilma Rousseff, o protesto marcado para domingo recebeu apoio de entidades empresariais, de classe e grupos organizados.
- O assunto surgiu em uma reunião da diretoria e já vínhamos ouvindo dos empresários associados reclamações sobre a conjuntura econômica e sobre os problemas da corrupção - disse o diretor-executivo da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Charles Schwanke, explicando que depois foram procuradas outras entidades da cidade, que também aderiram.
Assinam a convocação para as ruas, além da Acib, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Blumenau, a OAB do município, entre outros. "A frustração do povo brasileiro chegou ao seu limite. É hora de agir e mostrar nossa insatisfação com a perda de competitividade que o Brasil enfrenta", diz manifesto das entidades empresariais e de classe da maior cidade do Vale do Itajaí. A OAB-SC também lançou nota dizendo que apoia o direito de livre manifestação das pessoas.
Pedido semelhante aparece no manifesto da maçonaria. Os maçons tornaram pública a convocação de seus membros para um ato paralelo ao protesto, na Praça da Fraternidade, em Florianópolis. "Os grão-mestres que representam a Maçonaria catarinense convocam a família maçônica para participar desse movimento em prol da cidadania, demonstrando nossa indignação com a atual situação de degradação moral que assola nosso país", diz o comunicado assinado pelos representantes maçons de Santa Catarina.
A Federação das Associações Empresariais de SC (Facisc) é outra entidade que está mobilizando membros e a sociedade para o protesto. Ela concentra 146 associações com mais de 33 mil empresas, que teriam demonstrado, em sua maioria, insatisfação com a infraestrutura do país, a ausência de uma política industrial e os custos crescentes de produção no Brasil.
_ Nós não concordamos com o que estamos vendo a nível de governo _ disse o presidente da Facisc, Ernesto Reck.