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PF combate esquema que movimentou mais de R$ 600 mi de origem ilícita

Quinta, 05 de março de 2015

 

Operação Bemol combate os crimes de lavagem de dinheiro em quatro Estados, incluindo o RS

 

A Polícia Federal (PF), em conjunto com a Receita Federal, realiza operação, nesta quinta-feira, de combate aos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas em quatro Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Batizada de Bemol, a ação tem por objetivo desarticular uma organização criminosa transnacional que, em menos de cinco anos, desenvolveu um esquema milionário que movimentou mais de R$ 600 milhões de origem ilícita.

Foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva, 41 de prisão temporária, 25 de condução coercitiva e 68 de busca e apreensão. No Rio Grande do Sul, a operação foi deflagrada em Soledade, na região Norte. Os demais mandados foram cumpridos nas cidades paranaenses Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, Matelândia, Cascavel, Toledo e Altônia, nas paulistas Ribeirão Preto e Monte Aprazível e na catarinense Joinville.

 

Conforme a investigação, o grupo utilizava contas bancárias de 87 empresas — a maioria, fictítica — para receber dinheiro de pessoas físicas e jurídicas interessadas em adquirir mercadorias, drogas e cigarros oriundos do Paraguai e de outros Estados brasileiros. Os envolvidos eram responsáveis por conferir aparência lícita aos recursos financeiros de origem criminosa.

Para atender às demandas de doleiros paraguaios, que também participavam do esquema, a organização ainda transferia parte dos ativos ilícitos para contas bancárias brasileiras controladas pelos doleiros.

A operação leva o nome de Bemol em referência à teoria musical, já que representa uma nota intermediária entre duas outras notas musicais. Segundo a PF, o papel das organizações criminosas descortinadas pelas Operações Sustenido (deflagrada em Foz do Iguaçu, em 2014) e Bemol era o de fazer a ligação entre traficantes de droga, "cigarreiros" e empresários brasileiros, com fornecedores do Paraguai.

Os dois grupos criminosos desarticulados nas ações representavam o elo entre criminosos brasileiros e paraguaios. Ou seja, conforme a avaliação da PF: o semitom sem o qual a sinfonia não pode ser tocada.



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