O que leva pessoas a investirem, arriscarem, produzirem, gerar empregos, assumir encargos e fazer disso um sacerdócio? Principalmente não se afastar do negócio, mas sim preparar a sucessão e passar mais a ser conselheiro do que propriamente executivo? Escrevo sobre isso, por ter pelo menos nos últimos 32 anos, acompanhado a história de algumas empresas que conheci funcionando, produzindo e que continuo a ver seus fundadores, mesmo que indiretamente continuarem a ser protagonistas. Num país em que as estatísticas mostram que o abrir e fechar portas é algo que dura muito pouco tempo, sobreviver 70 anos de atividades é mais que competência. É dedicação, sacrifícios, abdicações, noites sem dormir e muito trabalho. É preciso levantar cedo para ouvir o cantar do canarinho perto da chaminé. Interessante que muita gente para quem os olhos crescem e quase saltam fora do rosto é fácil comentar: “Olha o fulano de carro novo. Viu a casa dele? Dizem que comprou um barco ou um apartamento na praia”. E, as viagens para o exterior então? A resposta está nos olhos gordos, na inveja e daqueles que não souberam ou preferiram não arriscar. É melhor ficar com os terrenos, grandes áreas centrais apenas especulando. Evolução é daqueles que acredita que só vence quem acredita e repete o velho refrão: sucesso só vem antes do trabalho no dicionário. Álvaro Weiss e demais diretores, os seus cabelos brancos não vieram só pela longevidade e a genética. Tem muito da preocupação não só com a sua família, mas com centenas delas que nestes 70 anos foram alimentadas e conseguiram também seus patrimônios, financiar o estudo de seus filhos, acompanharam o crescimento daquilo em que suas mãos foram às melhores ferramentas. Parabéns por cada tijolo levantado, por cada móvel produzido, por cada emprego preservado.