O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, anunciou uma revisão de contratos e prometeu cobranças em reuniões mensais com cada secretário para cumprir uma meta de redução de 20% no custeio do Estado. A proposta seria uma forma de abrir espaço para os novos gastos que surgirão, como a inauguração de anexos hospitalares e escolas técnicas, por exemplo, que serão entregues ao longo deste e do próximo ano.
— Não estamos fazendo isso por uma crise, é pela busca de mais eficiência. Não há no curto prazo nada que alerte para o sinal vermelho — disse Colombo.
Também presente no ato, assim como o vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB), o secretário da Fazenda, Antonio Gavazzoni (PSD), afirmou que estão contingenciados os orçamentos de janeiro e fevereiro, além de estarem restritas por 120 dias viagens ao exterior e contratação de consultorias por parte de todas as secretarias. E até o dia 9 de fevereiro, cada gestor terá que apresentar ao governador uma proposta de redução do custeio e o planejamento financeiro para 2015.
Em uma proposta que pode gerar polêmica, estão vedadas quaisquer novas concessões salariais até que o gasto da folha de pagamento retorne ao percentual de 44,10% da receita do Estado. Em dezembro de 2014, estava em 47,93%. Um processo que pode levar meses ou até mais de um ano para ser atingido. A reportagem perguntou se isso não iria desencadear novas greves do funcionalismo público:
— Está tudo negociado com os sindicatos, em um programa feito até 2018. Nós temos um acordo para fazer com os agentes penitenciários, que vão se ajustar a esse sistema, e o piso nacional dos professores. São esses dois desafios apenas — disse Colombo.
Nesse pagamento do piso está incluído a descompactação da tabela dos professores, que está em negociação com o sindicato da categoria e deve ser feita uma nova proposta na semana que vem, disse o governador. Essa questão salarial dos professores estaria fora da proibição de conceder novos aumentos.
:: Resultados
A grosso modo, um corte de 20% no custeio do Estado seria uma economia de R$ 1,06 bilhão. Em 2014, o governo estadual teve na área um gasto de R$ 5,3 bilhões. E os primeiros resultados apareceriam a partir de maio nos contas estaduais. Mas o secretário da Fazenda diz que é difícil quantificar quanto deve ser a redução.
— Desse custo, tem cerca de R$ 2 bilhões que não há como reduzir, então a meta ideal seria de cerca de R$ 700 milhões, um número difícil de alcançar em um ano — disse Gavazzoni.
A promessa inicial era a de que a economia seria revertida em investimentos, mas, ao longo da coletiva, os presentes admitiram que esses valores poupados devem ser absorvidos na contratação de novos funcionários para atender as estruturas a serem inauguradas ao longo dos dois próximos anos.
— Se tivermos em 2015 apenas um pequeno aumento nos números atuais, já vai significar que conseguimos atingir o objetivo — disse o secretário da Fazenda.