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Ecletismo e Zetética - Mariano Soltys

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Escritor e advogado


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Vivemos em um tempo de pouco entusiasmo

Segunda, 17 de novembro de 2014


Conversando essa semana com filósofos e escritores, percebi que um assunto que nos envolveu foi a diferença de nosso tempo em comparação ao passado, onde a alegria vinha antes  sem motivo e sem interesses financeiros. As pessoas por outro lado, atualmente não se envolvem, evitam compromissos e procuram antes tirar vantagem em tudo, desfavorecendo relações mais humanas e fraternas. Temos já robô pousando em cometa, contudo deixamos nossa saúde e alegria para segundo plano, provocando toda a sorte de males de saúde, em uma vida onde o estudo e trabalho nos comprometem e anulam outros aspectos da personalidade, essa total e com grande importância no entretenimento e emoção. Um tempo de pouco entusiasmo e de depressão: isso o que vivemos.

Não raro acho que todos nós possuímos momentos difíceis ou de tristeza. Igualmente amigos que sofrem com depressão. E depressão é coisa séria, não é invenção ou fingimento. Há pessoas que são talvez dramáticas, mas essas sempre foram dramáticas. Fato é que talvez haja mais abordagens do problema. Geralmente se pensa em médico, na figura do psiquiatra e do remédio. Mas existem remédios e remédios. Uns tiram o sono, outros tiram desejo de viver, e por fim outros deixam a pessoa dopada. Isso ouvi já de pessoas que passam por diversos tratamentos. Outra abordagem mais inteligente é o da psicologia, seja através de análise ou mesmo até hipnose. Fato é que existem vários jeitos de se tratar.

Por outro lado, há a Programação Neurolinguística (PNL), que é uma espécie de reprogramação mental. Temos pensamentos que se repetem e que nem sempre são os melhores. Muitas vezes demos valor a críticas, ou mesmo nos anulamos por algumas pessoas. Deve-se refazer pensamentos melhores, e compreender o lado bom e positivo da vida. Em muito a PNL está associada a parapsicólogos, apesar de alguns da sociedade ainda pouco informada, entenderem a parapsicologia como não ciência. Fato é que há estudos desde a antiga União Soviética, bem como norteamericanos sérios, sendo estudos úteis da parapsicologia, então ela é ciência. Ela tem uma dimensão teórica e uma dimensão prática, serve para alguma coisa.

O mundo atual deixou de ter encanto. Vive um caos ético e uma instabilidade de relacionamentos. As pessoas não têm muita inteligência emocional, e não toleram qualquer falha ou dificuldade nos relacionamentos. Não entendem que o amor se constrói, e que talvez seja normal as pessoas falharem, justamente porque são seres humanos. Vejo em muitos casos mais sentimento de posse e insegurança, sinal de baixa autoestima, que problemas de relacionamento. Isso em seguida gera angústia ou até mesmo se desenvolve em uma depressão. O mundo se move por interesses mesquinhos, como dinheiro ou apenas bela aparência, sem levar em conta a afetividade e uma dimensão mais amorosa das coisas. Se perdeu o talento poético em se construir a realidade.

Outro problema é o excesso de trabalho e estresse. As pessoas constroem as próprias doenças. Elas saem de si. Deixam de ser o que são por se venderem ao barato. A integridade é esse valor que elas perdem, sua natureza e satisfação. Perdendo isso, elas constroem algo negativo. Em casos isso vira depressão, em outros câncer. A tensão da vida pós-moderna, suas mil redes sociais sem afetividade, a violência e todos os fatores que nos fazem mesquinhos e egoístas. Não fazemos mais festas: organizamos eventos. Não temos amor, temos conexões. Abandonamos os problemas, em vez de enfrentá-los. Mas a vida é uma escola, e vai ter de se aprender, por bem ou por mal. Acho que estamos aprendendo na base da dificuldade. As pessoas foram educadas a consumir, e crianças choram pedindo presentes. Perdem a capacidade de abraçar e amar, e depois crescem angustiadas.

Por fim, algo deve ser feito. Cada pessoa está resolvendo ao seu modo a sua angústia. Seja na busca da arte, do esporte, de um lazer e tudo mais. As pessoas se encheram de engordar o capitalismo e de adoecer comprando. Querem algo mais substancial, e talvez por isso que busquem tanto estudo, mesmo sem retorno financeiro. Resta a filosofia par dar resposta. O homem grego, após ter tudo na vida, ser rico e tudo mais, buscava uma coisa final: a filosofia. Porque ali encontrava sabedoria. Devemos restaurar a humanidade e o amor. Rever o quanto perdemos em excesso de trabalho, em uma vida pouco saudável e em relações destrutivas. Sermos nós mesmos. Assim poderemos compreender a escola da vida, e comemorar a existência com um sorriso no rosto.

 



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