A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta quarta-feira 38 mandados de busca e apreensão, mandados de prisão e de condução coercitiva em Florianópolis e Joaçaba. A operação também ocorre no Rio Grande do Sul, nas cidades de Porto Alegre, Vera Cruz, Santa Cruz do Sul e Flores da Cunha.
A Operação Ave de Rapina tem por objetivo a desarticulação de organização criminosa voltada para a prática de crimes contra a administração pública de Florianópolis.
Às 9h30 desta quarta-feira, o delegado Ildo Rosa confirmou a prisão do presidente da Franklin Cascaes, João Augusto Freyesleben Valle Pereira. O vereador César Faria foi encaminhado para prestar depoimento e o vereador Badeko está sendo procurado.
A investigação
De acordo com informações da PF, a investigação comprovou a existência de umesquema de corrupção inserido na Câmara de Vereadores, Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF) e na Fundação Cultural Franklin Cascaes, emFlorianópolis. Servidores públicos estariam recebendo dinheiro de empresários em troca da manutenção ou elaboração de contratos milionários.
Os esquemas
A investigação aponta que empresas especializadas em radares e lombadas eletrônicas simulavam concorrência em licitações com o apoio de servidores para garantir a elaboração de contratos com o poder público. Em troca, pagavam mensalmente propina aos integrantes da organização criminosa.
Outro esquema envolvia fraude de licitações em eventos festivos e culturais. Segundo a PF, empresários especializados no ramo recebiam de agentes públicos informações privilegiadas relativas às empresas concorrentes e orientações de como proceder para fraudar a licitação — com consequente desvio e apropriação de recursos públicos.
A PF também apurou que existência de corrupção no tocante a elaboração de leis municipais em Florianópolis, visando beneficiar empresários, que pagavam altas quantas em dinheiro para ter seus interesses estampados nas normas municipais.
Durante as investigações foi comprovada a realização de depósitos e saques do dinheiro referente à propina, com a utilização da conta de laranjas e a apreensão de um valor de aproximadamente 100 mil reais no Rio Grande do Sul, juntamente com aditivos contratuais superfaturados em Florianópolis. A Operação envolveu um efetivo de aproximadamente 200 policiais.
Contraponto
Em nota divulgada na manhã desta quarta-feira, a Prefeitura de Florianópolis afirma que aguarda mais informações sobre a operação para definir as medidas a serem tomadas no âmbito administrativo. A administração se coloca à disposição da Polícia Federal e de qualquer órgão de controle para esclarecimentos necessários.

Foto: Polícia Federal / Divulgação