Itajaí - O Centro de Novos Tratamentos de Itajaí está recrutando pacientes que receberam o diagnóstico de câncer de pulmão de não pequenas células. O estudo chega a terceira fase e tem como objetivo analisar a ação do medicamento em comparação com a quimioterapia. O médico oncologista do Centro de Novos Tratamentos, Giuliano Santos Borges, explicou que “os pacientes que fizeram quimioterapia poderão passar para o comprimido, caso o médico considere benéfico após a progressão do tumor. A medicação já foi aprovada nos Estados Unidos após apresentar o estudo com controle de doença (doença estável ou resposta) de cerca de 90%. Ou seja, a cada 10 paciente que tomaram os comprimidos aproximadamente nove controlaram a doença e somente 1 teve progressão do tumor”.
Médico oncologista do Centro de Novos Tratamentos, Giuliano Santos Borges (Foto Divulgação)
De acordo com o INCA, o câncer de pulmão é o mais comum de todos os tumores malignos. Os dados do instituto mostram que para este ano, a estimativa para novos casos seja de 27.330 (16.400 homens e 10.930, mulheres). Já o número de óbitos foi de 22.424 em 2011. Em 90% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco.
Os estudos clínicos acontecem em fases e com finalidades diferentes. Assim, consegue confirmar a eficácia e segurança do novo medicamento. Para participar, os pacientes precisam obedecer alguns critérios, que buscam resultados confiáveis.
Hoje, pessoas de todo o mundo podem participar dos estudos clínicos sem custo no tratamento. Porém, o país ainda não conta com um site trazendo informações sobre as pesquisas realizadas. O site habitualmente usado para verificar os estudos abertos éwww.clinicaltrials.gov. Aqui na região, os pacientes contam com o Centro de Novos Tratamentos Itajaí e no momento acontecem estudos na área do câncer de ovários ( recrutando pacientes); câncer de mama, lúpus e linfoma. Nos Estados Unidos, já são mais de 25 mil estudos relacionados com o câncer. No Brasil, foram 779 estudos com câncer até agora, tendo ainda muito a crescer.
O Centro de Novos Tratamentos Itajaí está com um estudo também voltado a atender pacientes que descobriram o câncer de ovário e que tenham mutação no gene BRCA. Até o momento, pacientes que procuraram a pesquisa não apresentaram a mutação exigida ( BRCA), porém o Centro continua em busca de mais pacientes e fornece este exame para detectar a mutação genética. De acordo com a enfermeira Karyn Albrecht Siqueira De Maman, Coordenadora de Estudos Sênior, as pacientes que tiveram familiares com registro de câncer de ovário (principalmente de primeiro grau, como mãe, irmã ou filha) e pacientes com diagnóstico de tumor ainda jovens, tem maior possibilidade de apresentarem essa mutação.
A intenção agora é avaliar se ao tomar o medicamento estudado existe uma melhora na qualidade de vida do paciente, no tratamento e na sobrevivência. O recrutamento é feito no Centro de Novos Tratamentos Itajaí e todo o tratamento durante a pesquisa é gratuito. Pacientes de todo o país podem participar. Além disso, a importância deste teste se dá porque há um alto risco da paciente ter câncer de mama se tiver a mutação, ou seja, o risco para pacientes com mutação no BRCA aumenta para mais de 50%.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, o câncer de ovário é pouco frequente, porém de difícil diagnóstico. A estimativa para este ano é de 5.680 novos casos. Além disso, a orientação para as mulheres é consultar regularmente o médico. Segundo o INCA, fatores hormonais, ambientais e genéticos estão relacionados com o aparecimento do câncer de ovário.
Aos poucos no Brasil, os estudos clínicos estão se tornando mais comuns. Pacientes voluntários são atendidos, avaliados e acompanhados durante todo o estudo, com muita atenção e cautela. Em Itajaí, o serviço é oferecido pelo centro, que está localizado junto a Clínica de Neoplasias Litoral desde 2006 participando de pesquisas em muitas áreas relacionadas ao câncer. Como exemplo, é possível citar um estudo feito com um medicamento usado no tratamento do câncer de mama que teve respostas positivas. A pesquisa durou quatro anos e o resultado desta exposição ao medicamento foi uma redução dos efeitos colaterais, como perda de cabelos e a redução do número de nódulos. Após o estudo, este medicamento foi aprovado e já está disponível no mercado.
N.R.: Tentamos as opiniões dos médicos oncologistas Dr. Luiz Stoeberl e Dr. Maurício que atendem em São Bento do Sul, os quais não atenderam nem retornaram.
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Oscar Silbiger / Diretor
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