— Foi uma fatalidade, por causa de dois centímetros de fio desencapado tudo isso aconteceu. Em nove anos de serviço nunca presenciei uma cena como essa — lamenta o soldado que também tem uma filha pequena.
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Por causa de queimaduras no joelho, a corporação acredita que Igor, o caçula de quatro anos, foi o primeiro a encostar na cerca e sofreu o choque. Vinícius, de seis anos, não sofreu queimaduras, mas ao tentar ajudar o irmão sofreu uma parada cardiorrespiratória causada pela descarga elétrica. Schaiani, de 14 anos, tinha queimaduras na mão esquerda, o que indica que a menina também teve contato com a cerca energizada ao tentar socorrer os irmãos.
Além de Mello, o soldado Luis Fernando e o chefe do socorro Jorge Mancilla Jr participaram do atendimento no início da noite desta quinta-feira. O plantão dos bombeiros envolvidos no socorro dos três irmãos encerrou às 8h desta sexta-feira, mas por conta da gravidade do acidente nenhum deles deixou a corporação na manhã desta sexta-feira. Era 9h30min quando Mello falou com reportagem do Santa. O soldado ressaltou que caso o disjuntor tivesse sido desligado, a tragédia poderia ter sido evitada:
— Nesses casos o procedimento correto é desligar o disjuntor para que a corrente elétrica fique suspensa. Ao fazer isso é preciso checar os sinais vitais da vítima e, caso alguém tenha conhecimento de primeiros socorros, aconselhamos que a pessoa tente reanimar o ferido. Duas mortes poderiam ter sido evitadas ontem, mas somos humanos e nosso instinto é correr e encostar na pessoa para tentar ajudar. Eram apenas crianças e agiram como qualquer um agiria — conclui.