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Estaleiro que será construído em São Francisco do Sul quer faturar R$ 1 bilhão por ano

Terça, 28 de outubro de 2014

 

Estrutura para montagem de plataformas de petróleo vai gerar 2,5 mil empregos na região

 
Estaleiro que será construído em São Francisco do Sul quer faturar R$ 1 bilhão por ano Salmo Duarte/Agencia RBS
Área onde o empreendimento será construído fica ao lado de pequena comunidade de pescadoresFoto: Salmo Duarte / Agencia RBS
Leandro S. Junges

leandro.junges@an.com.br

Depois de Joinville, com a GM, e de Araquari, com a BMW, agora é a vez de São Francisco do Sul anunciar um megainvestimento para a região Norte de Santa Catarina: um estaleiro gigante, com capacidade para montar plataformas de petróleo cujo valor agregado passa de R$ 1 bilhão cada.

A CMO Construção e Montagem Offshore – uma empresa que faz parte do Grupo Construcap, de São Paulo, em parceria com a americana MCDermott – vai investir 
R$ 650 milhões no estaleiro no fim da Estrada Geral da Ribeira, uma área de reflorestamento ao lado de uma comunidade que não tem mais do que 20 casas, a maioria de pescadores locais ou moradores de cidades da região que usam o espaço para guardar equipamentos de pesca e pequenos barcos de madeira.

O projeto, que será apresentado em detalhes nesta terça-feira em São Francisco, é ambicioso: começar as obras em 2015 e colocar todo o complexo em atividade em 2016. O empreendimento já tem dois dos principais fatores resolvidos: a área com 9 milhões de m², dos quais 500 mil m² serão usados para a unidade, e todo o estudo de impacto ambiental e o respectivo relatório de impacto ao meio ambiente, documento conhecido como EIA-Rima, fundamental para qualquer empreendimento.

A pressa é justificável. O setor é considerado estratégico para o País. O objetivo é atender a parte da crescente demanda nacional no setor de óleo e gás, principalmente por parte da Petrobras, relacionada à construção e integração de dois tipos de plataformas marítimas: as unidades flutuantes e fixas de produção e exploração de óleo e gás.

Em termos do setor, a CMO vai produzir FPSOs (floating production storage and offloading, ou, em português, unidade flutuante de armazenamento e transferência) e FPUs (floating production unit, ou unidade flutuante de produção). Na prática, a palavra integração é a que melhor representa a atuação da empresa.

Ela “integra” grandiosos cascos de navios, que são comprados no mercado internacional, às estruturas que compõem uma plataforma de extração e armazenamento de petróleo e gás. São aqueles navios como a plataforma P57, que consegue explorar o fundo do mar, extrair o óleo e armazenar tudo o que é retirado nele mesmo.

Setor em expansão

O empresário Carlos Frederico da Cunha Teixeira, presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Naval e representante do setor na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), comemorou a instalação da CMO em Santa Catarina.

Segundo ele, hoje o setor está concentrado em Itajaí e Navegantes, e um investimento desse porte na região Norte representa também uma série de melhorias de infraestrutura e logística.

— Vai ser muito importante para a região e para o Estado. Um aporte de recursos assim faz toda a diferença — disse Teixeira.

Esperança e polêmica no futuro próximo

Por enquanto, moradores da região comemoram o anúncio. Técnicos do grupo e da Prefeitura passaram pela região nos últimos dias e entregaram material informando sobre o investimento do estaleiro. Os moradores da pequena Ribeira não sabem se terão de sair de onde moram ou acabarão sendo beneficiados, mas prometem acompanhar tudo de perto.

Segundo o aposentado Alire Wuthstrack, 71 anos, um dos moradores mais antigos da região, a ideia de ter uma grande empresa na região faz todo sentido quando o assunto é emprego para os moradores. Ele tem dois filhos com idades entre 25 e 30 anos e considera que a instalação da CMO pode ajudar no desenvolvimento da região.

Um grupo de ambientalistas também começou a estudar a proposta. Um dos primeiros a se manifestar foi Gert Fischer. Para o consultor, que também é integrante do Conselho da Cidade de Joinville e um dos ambientalistas mais conhecidos na região, as obras levarão ao fim os extensos manguezais na região. Ele também diz que o aprofundamento do canal e o aterro para a instalação do empreendimento gerarão outros problemas ambientais.

Empresa quer faturar R$ 1 bilhão por ano

O estaleiro que será construído em São Francisco do Sul terá capacidade para produzir cerca de 15 módulos de plataforma por ano – cada um deverá custar entre US$ 25 milhões e US$ 35 milhões. O cronograma informado até agora prevê que as obras comecem em 2015 e durem 12 meses. A empresa quer faturar R$ 1 bilhão por ano após o início das operações. Por enquanto, não há contratos garantidos.

O projeto do empreendimento foi pensado e desenvolvido para ser posto em prática, inicialmente, no complexo portuário de Suape, em Pernambuco. Mas em maio deste ano, depois de enfrentar problemas com a dragagem do porto, no solo onde a unidade seria instalada, e de muita negociação com o governo pernambucano, a CMO desistiu do empreendimento e partiu para um plano B, em Santa Catarina.

A contrapartida oferecida pelo governo catarinense prevê pelo menos R$ 10 milhões em obras viárias que conectarão o estaleiro à BR-280. A negociação foi feita na época com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Paulo Bornhausen. A área prevista para o estaleiro fica a menos de dez quilômetros da rodovia. A estrada, que também dá acesso à Unidade Prisional Avançada (UPA) de São Francisco do Sul, não é pavimentada e suporta, por enquanto, o trânsito apenas dos moradores e de uma linha de ônibus.



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