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Casa e carros de PM são alvo de tiros e número de atentados sobe para 114

Quinta, 23 de outubro de 2014

 

Ocorrência foi registrada em Palhoça, na Grande Florianópolis, nesta quinta.
Terceira onda de atentados em Santa Catarina começou em setembro.

 

 

Na madrugada desta quinta-feira (23), Santa Catarina voltou a registrar atentados, desta vez emPalhoça, na Grande Florianópolis. A casa e dois carros de um policial militar foram atingidos por tiros. Com essa ocorrência, o número de ataques no estado subiu para 114.

 

Ônibus foi incendiado em Florianópolis na quarta
(Foto: Charles Domingues/RBS TV)

De acordo com o relatório divulgado pela PM às 10h35 desta quinta, desde o dia 26 de setembro foram realizadas 29 apreensões de materiais suspeitos. A polícia também prendeu 74 pessoas e apreendeu 23 adolescentes. Além disso, um agente prisional aposentado foi assassinado na frente de casa e dois suspeitos mortos em confronto.

Três ocorrências foram registradas na quarta (22), sendo dois incêndios a carros particulares e um a um ônibus coletivo. Os crimes ocorreram em Florianópolis e Penha, no Litoral Norte. Antes dessas três ocorrências, o estado não registrava atentados desde o dia 14 de outubro.

CIDADESNº DE ATAQUES
Agrolândia 1
Araranguá 2
Balneário Camboriú 1
Balneário Piçarras 1
Balneário Rincão 1
Biguaçu 1
Blumenau 5
Camboriú 3
Campos Novos 2
Chapecó 4
Criciúma 4
Florianópolis 20
Gaspar 2
Governador Celso Ramos 1
Guaramirim 1
Imbituba 1
Itajaí 5
Itapema 3
Ituporanga 2
Joinville 9
Lages 4
Laguna 3
Navegantes 3
Palhoça 11
Penha 2
Rio do Sul 2
São Bento do Sul 1
São Francisco do Sul 2
São José 6
Tijucas 2
Tubarão 6
TOTAL 114

Crime em Palhoça
Por volta das 2h, o policial estava em casa quando ouviu barulhos parecidos com tiros e o alarme do carro acionar. O agente saiu na rua, mas não viu nada. Pela manhã, perto das 7h, ele verificou que um tiro atravessou a janela dianteira direita e o para-brisa do automóvel.

Outro disparo atingiu a placa traseira e a tampa do porta-malas de outro veículo que estava no quintal da casa. Um tiro acertou a parede da residência. No local, segundo a PM foram encontradas quatro cápsulas de munição.

Indiciados
A Polícia Civil informou na tarde de quarta que vai indicar 80 pessoas envolvidas na terceira onda de ataques em Santa Catarina. Segundo a assessoria de Comunicação da polícia, o inquérito foi concluído na quarta e será entregue à Justiça nesta quinta (23). Não foram revelados nomes.

A Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) apurou a participação de uma organização criminosa do estado nos atentados, enquanto as ocorrências pontuais eram averiguadas pelas delegacias das cidades onde eram registrados os casos. As investigações ocorreram de forma integrada entre os setores de inteligência das polícias Civil e Militar.

Represália
De acordo com a chefe de Comunicação da Polícia Militar de Santa Catarina, tenente-coronel Claudete Lehmkuhl, esses últimos atentados podem ser uma represália dos criminosos relacionada a apreensões e operações da segurança pública. "Não havia sido descartado que ainda poderia haver uma reação ou outra", afirmou. Ela enfatizou que não houve determinação para suspender o policiamento.

Ações contra os atentados
Na tentativa de combater a terceira onda de ataques, a PM reforçou o efetivo com policiais que estavam em férias e também de batalhões especiais como Bope, Choque e Ambiental. A corporação realiza barreiras e ações preventivas em locais considerados pelos setores de inteligência como de maior vulnerabilidade.

Diferente das outras duas ondas de atentados registradas no estado, uma em novembro de 2012 e outra em fevereiro de 2013, nesta terceira, ordens partiram de dentro e fora do sistema prisional, segundo a tenente-coronel Claudete Lemkuhl. Outra característica desta onda de atentados em relação às outras é o uso por parte de criminosos das redes sociais para espalhar mensagens falsas e causar pânico. A PM orienta que os internautas não passem essas mensagens adiante: que as ignorem ou informem à polícia.

Barreiras fixas vão funcionar em 10 pontos das rodovias catarinenses (Foto: Denise de Medeiros/RBS TV)
Barreiras fixas funcionam em 10 pontos das
rodovias catarinenses
(Foto: Denise de Medeiros/RBS TV)

Para ajudar a combater a ação dos criminosos, soldados da Força Nacional de Segurança atuam em Santa Catarina. Eles chegaram na madrugada do dia 4 de outubro auxiliaram na transferência de 20 detentos catarinenses para outros estados.

No dia 7 de outubro, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal, eles começaram a atuar em 10 barreiras fixas nas regiões de divisa com o Paraná, Rio Grande do Sul e Argentina. A 11ª foi montada esta semana em Rio do Sul. O objetivo é coibir a entrada de armas e drogas e a circulação de foragidos da Justiça.

Esta terceira onda de ataques, segundo a polícia, é coordenada pela mesma facção criminosa das duas anteriores. Entre janeiro e março de 2013, ocorreram 114 atentados em 37 cidades catarinenses, segundo a PM. Antes, entre 12 e 19 de novembro de 2012, ocorreu a primeira onda de atentados no estado, com 63 alvos.

Ordem para os ataques
No dia 2 de outubro, o delegado responsável pela divisão de repressão ao crime organizado da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), Procópio Silveira Neto, havia dito que as ordens dos ataques partiram de presos transferidos de Santa Catarina para a Penitenciária Federal de Mossoró (RN). Segundo ele, os apenados daquele estado se comunicam com os que estão na penitenciária catarinense de São Pedro de Alcântara. "[As ordens partiram] de Mossoró para São Pedro de Alcântara e daí se difundiram para rua", complementou.

Dois dias depois, sábado (4), o delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D’Ávila, disse que as afirmações sobre a ordem para os atentados ter vindo do presídio de Mossoró (RN), para onde foram transferidos outros presos durante a onda de ataques de 2013, não é confirmada. Segundo o delegado, a informação é baseada em gravações cujas origens ainda estão sendo investigadas. "Qualquer informação ainda é precipitada", disse ele.



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