Um número recorde na história recente chamou atenção na disputa pelo Senado em Santa Catarina. Praticamente um em cada quatro eleitores que compareceram às urnas votaram em branco ou decidiram anular. O percentual somado chegou a 24,7%, pouco mais de 1 milhão de votos.
Se fossem destinados a um candidato, esses votos seriam suficientes para ser o terceiro lugar na disputa — perdendo apenas para o eleito Dário Berger (PMDB), que fez 1,3 milhão, e para Paulo Bornhausen (PSB), escolhido por 1,17 milhão de pessoas. Milton Mendes (PT), o terceiro colocado, alcançou 428 mil votos. Em 2010, quando havia duas vagas ao Senado em disputa, brancos e nulos ficaram em pouco menos de 20%.
A alta rejeição aos candidatos a senador foi o ponto mais explícito de um quadro que é geral. Nas disputas pelo governo do Estado e pela presidência da República, também aumentou o índice de catarinenses que preferiu votar em branco ou anular.
Na corrida pelo governo, vencida em primeiro turno pelo governador reeleito Raimundo Colombo (PSD), os eleitores sem candidato chegaram 15% _ resultado que colaborou na decisão de domingo, por reduzir o número de votos necessários para o segundo turno. Chegaram a 625,1 mil os eleitores que anularam ou votaram em branco para o governo, mais do que os 534,1 mil que escolheram Claudio Vignatti (PT), o terceiro colocado na disputa. Em 2010, os eleitores sem candidato somaram 11%, cerca de 456 mil votos.
Na disputa presidencial, os catarinenses costumam ser significativamente mais decididos. Mesmo assim, também foi registrado um aumento de brancos e nulos. No domingo, 8,6% dos catarinenses não optaram por nenhum dos 11 nomes na disputa. No primeiro turno de 2010, foram 7,1%. Curiosamente, naquela disputa, o percentual de brancos e nulos caiu no segundo turno, quando a briga se limitou a Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB): 5,13%.