O comparsa do assaltante que morreu ao ser baleado pelo genro do dono de um supermercado no bairro Costa e Silva, na noite de segunda-feira, foi encaminhado ao Presídio Regional de Joinville. Jean Carlos Simon, de 20 anos, foi autuado em flagrante por tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte) e se reservou ao direito de permanecer calado durante o depoimento. Ele responde a processos judiciais por furto e roubo.
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O genro do proprietário, que matou o assaltante Henrique Foletto, de 23 anos, foi levado para a delegacia para prestar depoimento. De acordo com o delegado Elieser José Bertinotti, o rapaz agiu em legítima defesa e foi ouvido como vítima. A pistola 380 utilizada por ele estava legalizada. Ainda assim, um inquérito será aberto para apurar o caso.
Segundo a polícia, a dupla é suspeita de participar de um assalto a uma loja de móveis em que uma funcionária foi baleada. O crime aconteceu no mesmo bairro, no mês passado. A dupla chegou a ser presa em uma operação da Polícia Civil.
No início da noite de segunda, a dupla chegou armada com revólveres 38 no mercado da rua Rui Barbosa. Eles renderam funcionários e apontaram uma das armas para o proprietário que reagiu e iniciou uma luta corporal com um dos assaltantes. A mulher do proprietário e o filho também enfrentaram os assaltantes. Durante a confusão, o filho foi baleado nas costas. Ele foi internado no Hospital da Unimed, onde passou por cirurgia e já está fora de perigo.
Ao ouvir os disparos, o genro do proprietário, que mora no andar de cima, correu até o estabelecimento para ajudar a deter os homens. Ele atirou em um dos suspeitos, que teria feito novos disparos ao tentar fugir.
De acordo com os números da Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Militarregistrou uma média de 40 assaltos a comércio por mês no primeiro semestre deste ano em Joinville. No ano passado, a média foi um pouco maior, cerca de 50 casos por mês.
O tenente-coronel Nelson Henrique Coelho avalia que os pequenos mercados são mais vulneráveis porque são estabelecimentos abertos e os caixas se concentram perto da porta de entrada. Mas o problema maior, para o comandante do 8º Batalhão da PM, está no famoso "prende e solta".
— Todos os envolvidos neste assalto já tinham sido presos pela Polícia Civil em outra ocorrência, mas o nosso sistema legal não permite (que fiquem presos) — destacou.
A orientação da polícia é para que as vítimas não reajam à ação dos bandidos.