Agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão em Balneário Camboriú e mais oito cidades catarinenses nesta segunda-feira. Conforme o Ministério Público, a ação ocorre também em Camboriú, Joinville, Jaraguá do Sul, Guaramirim, Araquari, Florianópolis, Porto Belo e Tijucas.
Informações extraoficiais apontam que entre os detidos em Balneário Camboriú há pelos menos três titulares do alto escalão. Na lista, ainda não divulgada pelo Ministério Público, estão o secretário de Obras, Elton Garcia, o secretário de Administação, João Batista Leal, e o diretor de licitações do Departamento de Compras, Rui Dobner. O secretário de Planejamento, Auri Pavoni, foi afastado do cargo por ordem judicial.
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Foram cumpridos 11 mandados de prisão temporária, três mandados de prisão preventiva, 29 mandados de busca e apreensão em residências, órgãos públicos e empresas, além de uma decisão judicial de suspensão das funções de um agente público. A operação começou de manhã cedo e por volta de 10h30 a movimentação já era mais tranquila em Balneário.
A prefeitura de Balneário ainda não se manifestou sobre o caso. O prefeito Edson Piriquito (PMDB) deve aguardar a manifestação oficial do Gaeco sobre a operação, marcada para 16h no fórum da cidade.
De acordo com o MPSC as investigações abrangem crimes de corrupção passiva e ativa, advocacia administrativa, peculato, tráfico de influência, fraudes em licitações e associação para o crime. Mais de 35 funcionários públicos e oito empresas foram investigados pelo Gaeco. Todos os mandados foram expedidos pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Balneário Camboriú.
A operação é coordenada pelo Gaeco de Itajaí e conta com o apoio de integrantes dos Gaecos da Capital, Joinville, Criciúma, Lages e Chapecó. Investigação O trabalho é fruto de investigações iniciadas em março de 2014 pela 9ª Promotoria de Justiça da Comarca de Balneário Camboriú, a qual possui atuação na Defesa da Moralidade Administrativa.
Segundo o MPSC a operação foi batizada com o nome de “Trato Feito” porque a investigação teve como um dos principais focos acordos prévios entre servidores públicos e empresários visando fraudar licitações, assim como acertos posteriores, quando da execução dos contratos licitados, além de revelar "benesses outorgadas ao ramo da construção civil no Município de Balneário Camboriú".