Os nove ocupantes de lancha que naufragou em Balneário Camboriú no domingo viveram momentos de apreensão e medo durante mais de uma hora até serem resgatados. Após passar o dia na praia do Caixa D'Aço com parentes, amigos e possíveis compradores da embarcação, os tripulantes voltaram para Balneário por volta das 18h15, quando o marinheiro contratado para conduzir a lancha bateu em uma pedra entre as praias de Taquaras e Laranjeiras. A embarcação foi retirada da água nesta segunda-feira e tinha afundado cerca de nove metros.
>>> Capitania dos Portos vai investigar acidente
O proprietário da lancha, Carlos Alberto Gomes, explica que uma mulher de 31 anos que estava junto no acidente continua internada, pois teve um desvio na coluna e precisou colocar uma prótese. Além disso, ele diz que o sócio Isaqueu Jacinto Junior quebrou duas costelas. Os outros ocupantes tiveram apenas hematomas.
— Foi um filme de terror, uma moça que estava junto chegou a ligar para os familiares dizendo que os amava. Foi muito ruim, nunca vi isso. O acidente levou pouco mais de uma hora até o resgate, mas para a lancha afundar foram cerca de três minutos — conta.
Gomes, que é empresário e sócio de uma revenda de barcos, relata que a lancha era nova, por isso um casal interessado em comprá-la foi junto no passeio. Ele comenta que sempre anda de lancha e toda vez contrata um marinheiro para conduzir a embarcação, mas que nunca tinha sofrido um acidente.
— Fomos no Caixa D'Aço, comemos e bebemos. Por isso contratamos o marinheiro, para nos dar segurança. Voltamos costeando a praia, acho que ele tentou entrar por fora e acabou batendo na última pedra. Liguei para a Marina Tedesco e depois para os bombeiros, com a batida nos machucamos — lembra.
Momentos de tensão
Segundo o empresário, o marinheiro Rubens Fernandes, conhecido como Binho, teria entrado com o jet sky de apoio da Marina Tedesco no meio das pedras para engatar um cabo e rebocar a lancha, que estava presa.
— Tivemos que rebocar o barco porque ele estava preso nas pedras e não tinha como pularmos ali em função das ondas. Só que quando a lancha foi rebocada, logo começou a afundar e tivemos que pular na água. O pai dessa moça que se machucou estava sem colete, dei o meu pra ele e pulei com uma bóia circular. Ele pulou abraçado no colete.
Gomes afirma que ocupantes da lancha estavam sem coletes salva-vidas na hora do acidente. Um bombeiro auxiliou a colocar o equipamentos, mas, segundo ele, o marinheiro Binho teria sido fundamental para que fossem resgatados.
— Foi nosso anjo da guarda, entrou com o jet sky no meio das pedras e conseguiu colocar o cabo para rebocar a lancha e a gente poder pular — ressalta.