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Ecletismo e Zetética - Mariano Soltys

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Escritor e advogado


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Aspectos místicos de Corpus Christi

Sexta, 27 de junho de 2014

 

Comemoramos essa data com grande fé e alegria, mas esquecemos de todo o simbolismo que envolve a data e até onde o cristianismo celebra o corpo de Cristo. Na Igreja Católica vemos grande alusão com a eucaristia, cerimônia que nos leva a última ceia do mestre com os Apóstolos, na sua aparente sociedade secreta. Mesmo ofuscada a data pela Copa do Mundo, lembramos do sacrifício do Salvador e daquele ato que representa esse nobre ato, que nos compensou a falta de Adão e que nos leva até o perdão dos pecados.

“A partir do século XI o acento recai sobre o culto à Eucaristia de tal maneira que no século XIII praticamente a única finalidade da eucaristia era ser vista e adorada. Neste contexto o sacrário ganha muito mais importância que o altar. Em lugar de dar preferência à celebração e dela decorrer a adoração o que se vê é o caminho inverso. O momento mais importante da missa acaba sendo a consagração em lugar da comunhão. Foi deste período que herdamos a festa de Corpus Christi com a respectiva procissão. Naturalmente isso veio em consequência das controvérsias medievais sobre a doutrina da presença real” (Teologia e liturgia dos sacramentos). Por influências ainda de gnósticos, acredito que o simbolismo se exacerbou em seu poder, e que daí adveio festas e procissões. Isso surgiu talvez por comemorações anteriores, de cunho astrológico, em homenagem a signos de Virgem-Peixes, que estão relacionados a essa época. É o Cristo Solar crucificado em Virgem, e isso faz parte da dimensão mítica da tradição, que foi ainda herdada pela Igreja Romana via Império Romano. Mas talvez para não se entrar em choque com as manifestações populares anteriores. A natureza, ou o Cristo morre e ressuscita a cada Páscoa até agora, e assim se renova, revive o que parecia morto. Isso leva nove meses de prazo. Parece simbolizar a morte e a sua não ocorrência, como apenas uma transição para o Reino dos Céus, na ressurreição. O Sol isso manifesta, renascendo a cada manhã e parecendo morrer no inverno e renascer no verão.

Nesse passo, a teosofia cristã e místicos como Jacob Böehme, Max Heindel, Saint Martin e outros, entenderiam a situação de modo cósmico ou até como alegoria astronômica, com o Cristo Solar sacrificando seu corpo pelo mundo, pela manutenção da Natureza e da vida. Sacrifício que se manifesta no outono/inverno, nos signos negativos dos doze do zodíaco. Também um cabalista cristão veria logo o corpo como um diagrama de Adão Kadmon, um arquétipo de todas as coisas, que em Cristo se manifesta também em símbolo. O homem como imagem e semelhança, não da queda, mas de uma regeneração em Cristo.

Sabiamente entendeu o Papa Pio XII que “Mas o elemento essencial do culto deve ser o interno. É necessário, com efeito, viver sempre em Cristo, dedicar-se todo a ele, a fim de que nele, com ele e por ele, se dê glória ao Pai.” (Encíclica Mediator Dei). Assim um culto de Cristo interno. Enfim, o corpo místico de Jesus, como o relatado em evangelho apócrifo de Tomé: “Quem conheceu o mundo achou o corpo. Mas quem achou o corpo, desse tal não é digno o mundo”. Os Cristãos não são desse mundo. E Adão Kadmon, um Novo Adão que é Cristo, em seu corpo, prefigura esse Reino Vindouro.

Quem é crucificado é o Verbo de Deus. É a cruz no céu que representa o homem celestial. Os quatro pontos cardeais, os quatro elementos. É o equilíbrio entre o que é horizontal (mundo, carne, ego) e o que é vertical (Reino, céu, anjos). É a marca de Deus que distingue aqueles que serão poupados. O sacrifício divino pela nossa existência. Quem era crucificado em tempos de cristianismo primitivo era o próprio cordeiro de Deus (não um homem). Cristo foi sacrificado desde o início dos tempos. O símbolo é bem mais antigo do que o cristianismo.



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