120 famílias foram afetadas pelas chuvas em Corupá, Norte do Estado, até a tarde deste domingo. Dessas, 70 tiveram de deixar suas casas e buscar abrigo com familiares. A Prefeitura da cidade já decretou situação de emergência. Os bairros mais atingidos foram o Centro, o Itapocu e o João Tozini.
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Na noite de sábado, o nível da água subiu e atingiu diversas residências. Rene Frankowiak viu a água atingir o piso inferior de seu imóvel, que abriga sua loja de roupas. Foi necessário retirar os produtos e guardar tudo no piso superior, onde Rene e sua família vivem. Durante a madrugada a água baixou, deixando à família o trabalho de limpar o local. Sua esposa e filhos saíram da residência, porém Rene decidiu ficar.
- Fui dormir às 6h30 da manhã neste domingo. Quando acordei, às 8 horas, a água havia voltado e estava pegando na cama _ conta ele.

Sua mãe, Irmgard Frankowiak, foi responsável por começar a lavar os produtos da loja do filho, em sua casa, que não foi atingida pela enchente.
- Tenho 65 anos e nunca vi coisa assim _ lamenta ela.
Na tarde de domingo, o rio Itapocu baixou, deixando à vista toda a devastação causada pelas águas. A rua João Tozini, onde Rene mora, é um dos retratos da tragédia. Portões caídos, restos de plantas, mangueiras e fios enrolados nas grades, vasos quebrados, muros no chão. Em uma casa, uma marca marrom indicava a altura que a água atingiu.

A ponte da rua Roberto Seidel está interditada. No interior do município, a ponte que liga os bairros Tifa dos Milhões e Rio Novo Alto está sem passagem, já que parte da cabeceira surgiu. Não há acesso para o bairro Tifa dos Milhões.
O abastecimento de água na cidade está comprometido, já que a estação de tratamento está funcionando abaixo de sua capacidade normal. Faltava energia elétrica na tarde de domingo e havia risco de a luz faltar em toda a cidade.
Além dos alagamentos, houve um ponto de deslizamento, que atingiu o pátio de uma casa. Sete famílias deixaram suas residências devido ao risco de mais deslizamento e de queda de uma rocha. O local será avaliado por um geólogo.
A Prefeitura disponibilizou um ponto de abrigo no salão paroquial, porém nenhuma família precisou do acolhimento. Ainda assim, são solicitadas doações como colchões, cobertas, roupas e alimentos.