Foi Marabá, volante do Inter em 2004 e companheiro de Fernandão desde os juniores do Goiás até subirem aos profissionais, quem deu o aval para que Fernando Carvalho e Vitorio Piffero investissem na compra do atacante, então no futebol francês. Consultado pelos dois dirigentes, nos primeiros meses daquele ano, Marabá disse:
— Podem trazer de olhos fechados. Além de bom tecnicamente, é um cara alto, que ajuda no ataque e na defesa. Só não esperem velocidade dele, mas vocês terão no Fernandão um líder de vestiário.
Marabá, hoje com 37 anos, vive em Goiânia. Ainda não parou de jogar, mas não atua desde o ano passado, quando defendeu o Águia, de Marabá (PA), o seu time de infância.
— Levei um choque quando vi na TV a notícia da morte do Fernando. Saí catando os telefones de todos os parentes deles. É um dos dias mais tristes da minha vida. Perdi um irmão. Perdi um cara que representou muito para mim — contou Marabá, sem conseguir conter as lágrimas.
Um mito na história do Inter
Fernandão nasceu em Goiânia e foi revelado pelo Goiás. Mas foi no Inter que ele viveu suas maiores glórias, conquistando a Libertadores da América e o Mundial em 2006, como capitão da equipe de Abel Braga.
Foram quase cinco anos de identificação com a torcida e gols emblemáticos, como o da estreia, em 10 de julho de 2004, no Gre-Nal do gol 1.000, de sua autoria. Neste ano, Fernandão foi um dos mestres de cerimônia da reabertura do Beira-Rio, no dia 5 de abril. Anos antes, ele e o então goleiro Clemer comandaram a festa do Mundial, cantando junto com um Beira-Rio lotado.
Sua última equipe foi o São Paulo, em 2011. Fernandão jogou ainda no Olympique de Marselha e Toulouse, na França, e o Al-Gharafa, no Catar. Ele também treinou o Inter em 2012, e agora se preparava para comentar a Copa do Mundo pelo SporTV.