De 20 a 27 de julho, ocorre em Portugal o 32º Encontro Juvenil de Ciências, considerada uma das mais importantes feiras de ciências da Europa e que, pela primeira vez na sua história, contará com a participação de brasileiros. Do país, apenas 10 projetos foram selecionados e, entre eles, está o Ecoqueima, desenvolvido por Maiara Huttl e Daniel Gonzales Peres Albernaz, estudantes do ensino médio do Colégio Global.
A escolha do Ecoqueima na feira europeia ocorreu após a apresentação do projeto ano passado, na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), em São Paulo. “Foi uma grande surpresa quando fomos um dos escolhidos a participar”, afirma Maiara. Conforme ela, a seleção do projeto ocorreu através da Rede POC (Programa Olimpíadas do Conhecimento), que é um grupo formado por várias entidades que visa facilitar o acesso de estudantes nas principais feiras do conhecimento do planeta.
O que é
O Ecoqueima é uma espécie de acendedor de lareira, e que usa em sua composição álcool gel, jornal velho e o óleo de cozinha usado. De simples produção, o resultado garante uma destinação diferente ao poluente óleo, e ainda gera calor suficiente para iniciar o fogo em lareiras e churrasqueiras.
O projeto são-bentense foi primeiro apresentado na feira de ciências interna do colégio, intitulada Mostra de Soluções para uma Vida Melhor. “Precisávamos pensar em um projeto para a feira de ciências e queria usar algo com óleo de cozinha, e durante uma aula de Química conhecemos a bipolaridade dos materiais e foi daí que surgiu a ideia”, explica Maiara, lembrando da polaridade do óleo.
Com uma ideia na cabeça, Maiara fez várias experiências em casa, até atingir o resultado esperado. “Primeiro pensei em usar o óleo, mas ele só se torna inflamável a 425º C. Ele só aquecia e não mantinha a chama. Foi então que usei o álcool em gel, pela textura e aí deu certo”, conta a estudante. Para envolver a mistura, várias tentativas foram feitas, usando plástico e, o ponto ideal aconteceu ao usar o papel toalha ou o jornal, que, conforme Daniel, absorve melhor a mistura, que deve ser sempre proporcional. Devido ao álcool, a chama surge rapidamente e devido ao óleo, ela dura.
O projeto finalizado foi apresentado no colégio e pela inovação, foi premiado. Após, novo destaque durante a Febrace, em São Paulo. “No início do ano recebemos convite para apresenta-lo no Equador e, agora, fomos convidados para ir a Portugal”, conta Maiara.
Preparação
Para ir à Europa, alguns patrocínios estão sendo buscados junto a empresas da região. O projeto também vem recebendo pequenos ajustes, visando melhores resultados. “Estamos aprimorando o projeto, substituindo o plástico por EVA, reduzindo assim a emissão de CO2”, esclarece Maiara, que completa: “Não e um projeto de brincadeira, não é apenas uma feira de ciências, é um projeto sério. Tem tanta seriedade quanto um projeto universitário”.
Além de Maiara e Daniel, devem integrar a comitiva a colega de sala de aula Viktoria Weihermann, e a diretora e coordenadora do projeto, Cleyde Rejane Treml Skiba. “A Viktoria convidamos devido ao seu inglês fluente e pelo seu conhecimento. Lá todo o projeto tem que ser apresentado em inglês”, explica Maiara.