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Ex-caminhoneiro de Guaramirim afirma saber de detalhe crucial sobre morte de Juscelino Kubitschek

Quarta, 28 de maio de 2014

 

Ademar Jahn presenciou acidente que tirou vida do ex-presidente brasileiro e garante que sabe de aspecto fundamental para sanar as dúvidas do caso

 
Ex-caminhoneiro de Guaramirim afirma saber de detalhe crucial sobre morte de Juscelino Kubitschek Maykon Lammerhirt/Agencia RBS
Ademar guarda fotografias e documentos sobre o acidenteFoto: Maykon Lammerhirt / Agencia RBS
Bianca Villanova

bianca.villanova@an.com.br

Ademar Jahn tem 66 anos. Sobre um sofá em sua casa, que ele garante ser a mais antiga de Guaramirim (a edificação é de 1885), ele guarda os relatórios, recortes de jornal, fotografias e outros documentos de um dos momentos que marcaram sua vida.

Ademar, na época caminhoneiro, foi uma das testemunhas do acidente que tirou a vida do ex-presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek. Agora, 38 anos depois, ele afirma ter finalmente revelado toda a verdade sobre o caso, inclusive o detalhe crucial que deve dar fim a um antigo debate: a morte de JK foi planejada?

Há dois anos, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) abriu uma investigação sobre a morte do ex-presidente. O relatório final foi divulgado no dia 22 de abril deste ano, concluindo que foi o acidente o responsável pela morte de JK e seu motorista, Geraldo Ribeiro. A pesquisa se contrapõe ao laudo emitido em dezembro de 2013 pela Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog (CMVVH), de São Paulo, que aponta indícios de assassinato.

No dia 13 de maio deste ano, Ademar viajou a São Paulo, a pedido da comissão paulista, para prestar depoimento. Jahn afirma que foi apenas lá que ele revelou um último fato, jamais contado anteriormente. Segundo ele, é esse detalhe que encerrará o debate e trará a verdade à tona. Apesar de ainda não poder divulgar abertamente o que presenciou até que o relatório da CNV seja publicado, ele afirma que aquele foi um acidente comum. Porém, algo havia ocorrido ao motorista do Opala que conduzia JK.

— Foram ouvidas diversas pessoas e não se chegou a uma conclusão. Eles estavam montando um quebra-cabeça e faltou uma peça, que deixaram para eu unir. Há 38 anos, eles acreditam que o acidente foi provocado. Com certeza, depois de meu depoimento, eles poderão dizer o que realmente aconteceu — conta ele.

O acidente

Logo que questionado se ainda lembra dos detalhes do acidente, Ademar ganha um ar distante. Fixando um ponto não existente, seus olhos tornam-se opacos e mergulham em algum ponto da memória, como se as cenas se desenrolassem novamente à sua frente. É somente ao fim da narrativa que ele retoma o ar brincalhão que lhe é comum.
Era 22 de agosto de 1976. Ademar voltava da Paraíba, em um percurso total de 3.545 quilômetros. A Via Dutra era a única duplicada do País na época, portanto, havia um cuidado especial ao percorrê-la.

— A atenção era em quem vinha na frente. Tínhamos que ter segurança para podar os carros, por isso cuidávamos à frente — conta Ademar.

Na versão oficial, inclusive na publicada recentemente pela CNV, um ônibus da Viação Cometa teria batido na traseira do Opala, fazendo com que o carro perdesse o controle, atravessasse a via e se chocasse em um caminhão que seguia na direção oposta. Já uma das hipóteses da comissão paulista é de que Geraldo Ribeiro teria sido atingido por tiros, pois um perito encontrou uma perfuração no crânio do motorista. Para Ademar, porém, nenhuma das duas hipóteses está correta.

— Um motorista com 38 anos de experiência não teria feito uma bobagem dessas. O que ocorreu foi que o motorista já estava sem vida quando atravessou o canteiro. Ele estava com a cabeça caída entre o volante e a porta. Mas não teria como um atirador acertá-lo. Há duas hipóteses: ou o Geraldo tomou algo que lhe fez mal ou ele teve um infarto. Pois assim que cheguei no carro, o Juscelino falou: "Briguei com ele, ele morreu". E essas foram as últimas palavras dele.

Ademar vinha logo atrás do caminhoneiro que se envolveu no acidente, Ladislau Borges. Os dois viajavam juntos. Ademar afirma que o Opala tentava ultrapassar um caminhão ao mesmo tempo em que o ônibus tentava a manobra. Houve de fato uma colisão, porém o Opala seguiu seu caminho e o ônibus completou a ultrapassagem. Foi nesse momento que o Opala desgovernou-se a invadiu a pista contrária, atravessou o canteiro central e chocou-se de frente com o caminhão de Ladislau.

Palavras finais

Ademar auxiliou no socorro às vítimas. Indicou que Ladislau fosse a um hospital e dirigiu-se ao Opala. Viu o motorista sem vida, dilacerado pelo capô do carro. Ao chegar ao passageiro do banco de trás, acreditou que ele pedia água e foi buscá-la. Quando voltou, o passageiro já havia morrido e apenas quando o socorro chegou informaram-lhe que aquele era Juscelino Kubitschek. 

Ademar alega que apenas depois compreendeu as palavras ditas pelo presidente: "Briguei com ele, ele morreu". E que, antes disso, JK teria dito outra coisa, revelada apenas à comissão paulista. À época do acidente, Ademar enviou uma carta à esposa de JK, Sarah Kubitschek, porém nunca soube se a viúva recebeu a correspondência.

Segundo Ademar, esta foi a segunda vez que ele depôs sobre o acidente. A primeira foi no ano passado, quando o assessor da Comissão da Verdade paulista, Ivo Patarra, visitou-o em Guaramirim. Na época do acidente e nos mais de 30 anos após a morte de JK, ninguém procurou Ademar para que relatasse o que presenciou. Agora, ele garante sentir-se com o dever cumprido. E aguarda que a versão "real" seja revelada a todos os brasileiros.



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