Realizadas até então com pouca frequência em Santa Catarina, as operações para fiscalizar a Lei Seca vão ser intensificadas. A Polícia Militar (PM) anunciou que dará prioridade a esse tipo de blitz a partir de sexta-feira, durante a madrugada e em lugares movimentados.
A ação é a segunda medida de impacto do novo comandante-geral da PM, coronel Valdemir Cabral. No cargo há duas semanas, ele já havia determinado, assim que tomou posse, o remanejamento de centenas de PMs que estavam na área administrativa para que passassem a atuar nas ruas, no policiamento ostensivo.
O comando-geral comunicou a Polícia Militar Rodoviária sobre a determinação, além dos batalhões. Em Florianópolis, os motoristas passarão a ser fiscalizados com mais rigor em testes de bafômetros em pontos como o norte da Ilha, na SC-401, Lagoa da Conceição, Coqueiros e Avenida Beira-Mar Norte.
A PM disse que irá informar com antecedência as operações. Assim, na avaliação do comandante, ficará claro que a intenção é a conscientização dos condutores para que criem a cultura de não dirigir após consumir bebida alcoólica.
As ações para flagrar álcool ao volante são consideradas pouco frequentes no Estado. No ano passado, em Florianópolis, a Guarda Municipal prometeu o endurecimento da fiscalização com até três blitze por semana. No começo, houve as ações, mas logo não se teve mais notícias dos resultados.
Pelo Estado, uma das dificuldades seria a falta de efetivo e até de bafômetros. Para o atual comandante-geral, esses dois pontos não poderão servir como justificativa para a não realização das barreiras. Confira a entrevista:
Diário Catarinense — O que levou o senhor a determinar essas operações?
Valdemir Cabral — Estamos num dos Estados em que mais há mortes e acidentes no Brasil. Se somos o mais seguro em relação a homicídios por 100 mil habitantes, em acidentes de trânsito estamos entre os piores. Não é pegar ninguém em bafômetro. Vamos anunciar antes para que as pessoas não bebam se vão dirigir e se beber, que vão de táxi ou com alguém que não beba.
DC — Há uma sensação que em SC as blitze da Lei Seca são realizadas com pouca frequência. O senhor concorda?
Cabral — Concordo. São com pouca frequência mesmo. Havia a cultura para não incomodar, que não se tem efetivo. Estou convencido que é preciso e que lugar de polícia é na rua. Também servirá para que as outras pessoas que não bebem se sintam seguras e sair à noite e se divertir com segurança. Quero sensação de segurança.
DC — A PM conta com bafômetros?
Cabral — Temos bafômetros no Estado todo.
DC — O acidente com três mortes no fim de semana na Beira-Mar Norte (em Florianópolis) influenciou na sua decisão?
Cabral — Isso já era um projeto meu, que eu já sinalizava. E agora, como comandante, estou tendo a oportunidade de fazer. Vamos começar na sexta-feira em todo o Estado.