São Bento - No final de agosto, o professor de História Felipe Ricardo Lovemberger irá realizar um sonho que sempre lhe acompanhou: conhecer Brasília e a sede dos poderes Legislativo e Executivo federal. Porém, sua ida à capital tem um sabor diferente, já que ele foi o único professor da região Sul aprovado no projeto Plenarinho Mirim, da Câmara dos Deputados. Além de Felipe, apenas outros cinco professores de todo território brasileiro foram escolhidos no projeto, que visa aproximar escolas e a Câmara dos Deputados.
Com todas as despesas pagas, Felipe fica em Brasília entre os dias 31 de agosto e 6 de setembro. Lá, participa de um curso que visa aprofundar o projeto que ele desenvolverá com os estudantes do 8º Ano do Colégio Global, onde leciona, e que tem como tema “O Jovem: a ferramenta política contemporânea”. “Quero justamente trazer a política para perto dos jovens, colocar em prática o ensino do legislativo”, relaciona o professor. Para isso, os alunos analisarão todos os projetos aprovados pelos deputados ao longo da 54ª legislatura. “Tivemos alguns projetos mais polêmicos, como a PEC das Empregadas Domésticas, e o próprio marco regulatório da internet”, aponta Lovemberger.
Conforme ele, seu projeto visa justamente aproximar os jovens da política, mas não no papel de políticos, e sim para que entendam o processo. “Não adianta somente falar mal, se não souber tudo o que foi feito”, acredita. A ideia de aprofundar o estudo político com os estudantes veio justamente de seu plano de aula na disciplina de História, onde estuda-se o filósofo Montesquieu, famoso por sua tese de separação dos poderes entre Executivo e Legislativo. Para melhor compreensão do trabalho do filósofo do século XVI, Felipe aplica a contemporaneidade com os estudantes. “Através das redes sociais, é possível que as pessoas se aproximem, e esta mesma rede pode ser usada de forma construtivista, visando justamente o fortalecimento da democracia através das discussões e fiscalização dos poderes”, argumenta.
Sempre participativo
Felipe Lovemberger conta que seu interesse pela política vem dos tempos de estudante, quando participava ativamente dos grêmios estudantis e de projetos sociais. Foi este gosto antigo que serviu de combustível para elaboração do projeto, inscrito praticamente em cima da hora. “Estava assistindo a TV Senado um dia à tarde, e vi uma propaganda falando sobre os últimos dias para os professores inscreverem seus projetos na Câmara Mirim”, recorda. Com o pouco tempo, debruçou-se sobre seu plano de aula em busca de formas de relacionar o tema com a proposta do projeto. “Precisava desenvolver um projeto que evidenciasse a política dentro da sala de aula”, aponta.
Com projeto encaminhado – e aprovado –, Felipe agora participará inicialmente de uma formação online fornecida pela própria Câmara dos Deputados, e depois segue a Brasília concluir os estudos. Passada essa fase, trabalhará o tema com seus estudantes. “Primeiro irei aprofundar os conhecimentos, para então colocar em prática”, sintetiza. E resume sua importância: “Os jovens têm que ser proativos, precisam estar à frente das discussões políticas e serem responsáveis. Ainda mais neste ano, que é eleitoral".