São Bento – Para um assunto que foi mal conduzido pelo Poder Público Municipal e que não deu atenção ao pleito dos moradores. Evolução relembra o que foi publicado na época e mostra os novos desdobramentos.
“Mobilização: Moradores do Schramm apelam para prefeito não permitir obras
São Bento – Ao contrário das mobilizações e reivindicações por obras, desta vez os moradores do bairro Schramm, proximidades da ex-Intercontinental pediram e obtiveram audiência com o prefeito municipal Fernando Tureck, para solicitar a não realização de obras anunciadas.
Por se tratar de um anexo ao antigo bairro Schramm, é assim entendido como continuidade, ligado pela rua João Baum. A parte nova, principalmente constituída pelas ruas, Travessa Castro Alves, Luiz Carlos Grossl, Vidal Ramos, Osni Roberto Tureck, Ema Pacheco e José Stiz é composta apenas de zona residencial, não existindo no espaço nenhum estabelecimento comercial de nenhuma espécie. Neste pequeno espaço, três áreas são consideradas institucionais, pois pertencem a prefeitura. Para os moradores tidas como áreas de preservação (área verde), destinadas pelos loteadores na época da urbanização.
COZINHA INDUSTRIAL
Na mesma oportunidade foi apresentado também abaixo-assinado, cujo teor consta da matéria. A prefeitura Municipal anunciou a construção de uma Cozinha Industrial para fornecer marmitas para a população carente em terreno na rua Vidal Ramos, também institucional e que já estaria doado para o Governo do Estado que investirá na obra cerca de R$ 1.900,000,00 e que já estaria em processo de licitação para elaboração do projeto. Os moradores reuniram-se com o prefeito exatamente para comunicá-lo que não foram consultados, não houve estudo de impacto ambiental nem de vizinhança, nem sob o aspecto de trânsito e que não querem a obra.
Se a zona residencial só permite estabelecimento comerciais que assim mesmo não existem, como implantar uma Cozinha Industrial, foi um dos argumentos. Também foi lembrado que se o Estado assumiu o compromisso de construir um Presídio Industrial, em área que já lhe foi doada pela iniciativa privada, por que não lá anexar a cozinha industrial e que serviria como atividade para os presidiários, inclusive qualificando-os como garçons, chefes de cozinha e outras atividades. Lembraram ainda que não haveria nenhum custo adicional e nem necessitaria da contratação de pessoal para atuar na cozinha. Os recursos sairão do mesmo cofre e o patrão também será o mesmo. Apenas uma questão de bom senso. Nesta questão o prefeito foi resistente, pois acredita que o processo não poderá ser interrompido para não correr o risco de perder os recursos. Lembrou também que não acredita na construção do Presídio. Foi alertado pelos presentes que qualquer medida tomada com a iniciativa da construção corre o risco de sofrer ação popular, além de ser alertado pelos moradores que o terreno oferecido abriga nascentes que foram ocultadas por aterro e canalização. Participaram da reunião cerca de 40 moradores, mais os vereadores Edi Salomon, Peter Kneubüehler, Márcio Dreveck, Claudiomar Wotroba, e Lírio Volpi, com pronunciamentos dos três primeiros para um entendimento, relocalização e atendimento do pedido dos moradores que não querem a obra. Dreveck inclusive sugeriu uma nova área no Bairro Cruzeiro de propriedade do Samae. Os pronunciamento também foram favoráveis a opção da cozinha funcionar juntamente com o presídio. De qualquer forma se os moradores não forem atendidos já anunciaram recorrer a Promotoria de Justiça e também pedir o estudo do solo sobre as nascentes ali anunciadas.
ABAIXO-ASSINADO
Nós abaixo-assinados, moradores do bairro Schramm, proximidades onde está sendo anunciada a construção de uma Cozinha Industrial ( Rua Vidal Ramos ) em área de preservação, com nascentes. Por esta razão vimos a presença de Vossa Senhoria para solicitar estudo de relocalização do referido projeto, visto que trata-se de uma região estritamente residencial onde sequer até hoje foi permitido a abertura de qualquer estabelecimento comercial. Alertamos que estaremos enviando cópia do mesmo para a Promotoria de Justiça e que esgotaremos todos os meios pacíficos e legais para impedir tal obra.
NOVOS DESDOBRAMENTOS
Nesta semana, terça-feira 13, novamente fomos procurados por moradores assustados com a mobilização que estaria ocorrendo no terreno, sem que o prefeito tivesse se manifestado ou dado uma resposta sobre a solicitação feita acima. Foi ligado por volta de 17:52 para o assessor Pedro Ivo Diener que disse não estar ao par do assunto, mas que iria se inteirar e na manhã seguinte daria a resposta. Pessoalmente o redator Pedro Skiba, foi conferir na manhã de quarta-feira e se deparou com dois trabalhadores da empresa Azimut de Blumenau que faziam prospecção da área e informaram já terem encontrado três nascentes, apontando uma com perfuração de cerca de 30 cm e já com água acumulada. O local foi fotografado e de posse das mesmas, sem retorno da prefeitura, Pedro Skiba que já havia marcado audiência com a Promotora de Justiça Elaine Rita Auerbach, foi até o Fórum onde relatou a ocorrência e registrou Termo de Representação que ela imediatamente encaminhou para o Promotor Márcio Gai Veiga que trata dos casos relacionados ao Meio Ambiente. No retorno à redação por volta de 15:30, Skiba recebeu o recado que o prefeito Tureck desejava falar com ele. Retornou e o mesmo questionou o que estava acontecendo. Skiba disse ter atendido solicitação dos moradores e que haveria uma mobilização pacifica na quinta-feira e protesto pela construção da Cozinha Industrial, ao que o prefeito contestou dizendo não ser mais Cozinha Industrial e sim Cozinha Comunitária e que havia muita gente favorável a obra naquele local. Prosseguiu o diálogo e Skiba informou ao prefeito que havia conversado com funcionários da Azimut e que os mesmo informaram existirem nascentes no local. O prefeito declarou que vai esperar pelo laudo oficial e que também contratou um geólogo para fazer prospecção para depois comparar. Comentou que a cidade vai perder um grande investimento se não realizar esta obra e recursos estaduais.
NECESSIDADE E AÇÕES
A conversa prosseguiu e Skiba alertou ao prefeito que existem muitas críticas ao governo federal pela criação de várias bolsas, e que aqui estaria se criando mais uma “alimentação”. Que também desconhece número de famílias passando fome que justifiquem a criação de tal cozinha. Lembrou ao prefeito que a própria Igreja Católica tem pedido moderação nas doações pois já não existe tanta gente para atender. Também que o próprio Rotary está pondo um pé no freio na Campanha do Agasalho por falta de demanda e até de lugar para depositar as doações. Ainda que o presidente da Acisbs Jonny Zulauf, recentemente na Câmara de Vereadores abordou este tipo de solidariedade e que já existem comentários de pessoas recebendo 5 e até 6 sextas básicas por falta de um controle efetivo de distribuição. Tureck fez questão de frisar que esta não é a realidade da São Bento que ele mora e conhece.
AGILIDADE
Ainda no decorrer da mesma tarde, por volta de 17:30, um telefonema da Promotoria de Justiça 3ª Vara que já havia recebido o encaminhamento da doutora Elaine, e solicitava a possibilidade de um veículo para deslocar funcionária para comprovar a existência de nascentes no local.
MOBILIZAÇÃO NA QUINTA-FEIRA
Conforme programado pelos moradores, na quinta-feira, 12:00, se reuniram no local para demonstrar o descontentamento com as ações da Prefeitura e também receber o apoio dos vereadores Márcio Dreveck e Edi Salomon (PP) e do presidente da Câmara César Godoy, todos se comprometendo em apoiar a iniciativa destes. A presidente da Associação de Moradores Soeli Zacaluzne também se manifestou e declarou apoio à causa. Conforme determinado pelo Promotor Dr. Márcio Gai Veiga, lá esteve a serventuária Juliane que ouviu vários moradores, fotografou imagens das perfurações no sentido de documentar a existência de nascentes no local. Agora os moradores esperam pela decisão da Justiça uma vez que a Prefeitura continua insistindo na construção da Cozinha naquele local.