Direita ou Esquerda?

Por Paulo H. Jurgensen

Perguntado numa rede social: Afinal o que é ser de DIREITA?

Respondi assim: A rigor, os que defendem o capitalismo puro com unhas e dentes, (há graduações nisso). Por tabela, essas pessoas tem uma tendência de supervalorizar a meritocracia, sem relativizar componentes da dinâmica social. Posições humanitárias sociais normalmente não são cogitadas. O estereótipo de direita extrema é o Prattes, que nas diversas graduações do pessoal da direita de 0 a 10 é o 10.

Se 10 é extrema direita e -10 é extrema esquerda. Vou brincar de dar notas a alguns países mais comentados:

Coréia do Norte: -9, EUA: +8, Suécia: 0, China: -4, Brasil: +4, Venezuela: -2, Cuba: -8, Argentina: +4

Canadá: +4.

O debate eleitoral está esquentando e concordei com uma crítica feita ao PT: o aparelhamento do estado por Petistas. Se a oposição focasse nesses temas teria mais chance, mas a maioria dos imbecis fica focando nesse negócio de Bolsa Família.

Mas por outro lado, todos os governos seja de que  partido for, aparelha o estado com seus filiados. Veja Santa Catarina que não tem nada de PT, veja a Prefeitura de São Bento que tem um pouco de PT.

Então concluo que o problema não é o PT, mas sim o modo brasileiro de se fazer política, que vem dos tempos coloniais. Por isso insisto, o problema é cultural e histórico e não exclusivamente partidário.

A própria legislação eleitoral brasileira empurra tudo para que aconteça isso. Ela é baseada nesse modelo cultural. Talvez a coisa melhorasse se, permitisse candidaturas independentes não atreladas a partidos, se houvesse voto facultativo, se extinguisse as Câmaras de vereadores nos municípios, se o congresso fosse unicameral, se houvesse voto distrital. Se todos esses “ses” fossem colocados em prática, aí sim, as coisas poderiam começar a mudar. Essas deveriam ser as bandeiras de passeatas e movimentos que tivessem um mínimo de bom senso.

O PT só está no poder, porque os homens de “Benz” Malufs, Sarneys, Calheiros, Figueiredo, Collors, PC Farias,  Itamares, empurraram o povo com razão para essa alternativa. Agora se o PT está decepcionando o povo, isso já é outra história.

Quando vejo alguém vir defender partido A ou B no sentido partidário, já dou de cara nota zero pra esse cidadão.

Hoje, vejo que o único caminho a seguir e a bandeira que devíamos tomar, não é ser oposição a partido PT, PMDB, PP ou outros. Todos deveríamos ser oposição à legislação eleitoral, ao sistema político do País. Essa seria uma inteligente oposição.

 Mas não vejo ninguém levantando essas bandeiras. Talvez essa geração “selfie” que está crescendo, consiga captar isso.

 Mas por ser “selfie”, já é um mal começo.