Para a especialista em Saúde Pública e Medicina da Família Rosaura de Oliveira Rodrigues, quando um profissional se dispõe a vir ao Brasil ele tem de se esforçar para ser entendido pela população, mas o acolhimento e a questão da integralidade do médico da família são os pontos principais a se observar:
— Inicialmente a língua pode atrapalhar, mas pela abordagem integral que o médico da família deve ter, que muitas vezes os profissionais brasileiros nas unidades de saúde da família não têm, o estrangeiro acaba entendendo e conhecendo de maneira mais integral o paciente.
Segundo Rosaura, o atendimento nas unidades básicas é mais voltado à promoção de saúde, prevenção e cuidado às doenças crônicas, por isso é importante que o ser humano seja analisado por inteiro. A especialista explica que o intercâmbio de profissionais também é importante para melhorar a saúde pública no país. Ela afirma que os modelos de Medicina da Família de Cuba, Canadá e Inglaterra estão entre os melhores do mundo.
Conselho Regional de Medicina considera cedo para avaliar os profissionais
Apesar dos estrangeiros reduzirem o problema nas unidades básicas, Rosaura afirma que o grande funil é a falta de especialistas:
— Sou professora e vejo que ninguém mais quer trabalhar na emergência, ser pediatra ou obstetra. Os jovens querem ganhar dinheiro, não querem fazer plantão. Por isso que tem esse déficit no Brasil.
O delegado do Conselho Regional de Medicina em Blumenau, Jacy Bruns, afirma que não houve reclamação do trabalho dos médicos estrangeiros na região, mas pondera:
— Acho cedo para avaliar. A dificuldade na comunicação já era esperada. Tem que ver como eles vão se adaptar ao longo do tempo.