A exemplo de terça-feira, os termômetros devem marcar máximas escaldantes nas cidades do Litoral Norte nesta quarta. Além de tomar alguns cuidados básicos com a saúde para não sofrer tanto com o calor, especialistas alertam para a necessidade de se prevenir contra a ação dos raios ultravioleta (UV), que estarão em nível extremo em toda a região.

Uma escala do Ministério da Saúde estipula índices de 1 a 14 para medir a radiação. Nesta quarta, esse índice pode ficar em 13 na região, conforme dados da Central RBS de Meteorologia, e a previsão é que siga em nível extremo até o fim de semana. Esses índices levam em consideração posição geográfica das cidades e concentração de ozônio. O nível extremo reflete também a quantidade de nuvens no céu — quando está mais limpo a tendência é que a exposição seja maior.

— As nuvens filtram muito esses raios. Mas não havendo umidade, não há nuvens e eles chegam mais fortes — explica a técnica em meteorologia Bianca Souza.

Os raios UV ficam mais fortes entre 9h e 15h, principalmente perto do meio-dia. Por isso os especialistas alertam para evitar exposição nesses horários. A dermatologista Adriana Dal Bello explica que além de queimaduras e envelhecimento, a exposição excessiva aos raios solares pode causar problemas mais graves. O mais conhecido é o câncer de pele, mas é possível desenvolver também alergias, alterações imunológicas e até danos oculares.

— O protetor solar deve ser aplicado antes de sair de casa, sendo reaplicado a cada duas horas, mesmo em dias nublados. Também é recomendado o uso de chapéus e óculos — alerta.

Além dos raios UV, outra preocupação na quarta é a onda de calor. Assim como na terça-feira os termômetros estarão marcando temperaturas altas, podendo chegar a 32 °C no Litoral Norte. Essa é a segunda do mês, segundo Bianca, e são normais em janeiro, podendo chegar a três no período.

Alimentação também requer cuidado

A alimentação durante o verão também requer cuidados, especialmente em dias de calor intenso. A nutricionista Márcia Reis Felipe sugere evitar comidas gordurosas e que dificultem a digestão.

— Nestes dias o corpo fica preocupado em manter a temperatura corporal, então quanto menos se exigir dele melhor — diz.

Frituras e feijoada, por exemplo, são inapropriados para esses dias. Os alimentos mais recomendados são os leves como saladas e frutas, que também contribuem para manter a hidratação por serem ricos em líquidos.

Essa etapa, por sinal, é bastante importante segundo a nutricionista. É importante estar atento à hidratação, principalmente de crianças e idosos, que são mais frágeis. Água, água de coco e frutas, como melancia, laranja e melão, são excelentes para esses dias.

Aumento das bactérias

O calor também aumenta o risco de contaminação dos alimentos por bactérias, que aumentam o risco de diarreia. Por isso a higiene é muito importante, assim como manter os alimentos refrigerados.

Márcia explica que no calor as bactérias se multiplicam com uma agilidade muito maior. Segundo ela, a comida deve ser colocada na geladeira mesmo quando ainda estiver quente.

Calor até o fim da semana

O calor permanecerá forte na região até sexta-feira. De acordo com o responsável pelo laboratório de climatologia da Univali, Sergey de Araújo, Haverá aumenta da nebulosidade em função de áreas de instabilidade. A máxima nesses dias fica entre 32 °C e 34 °C.

A mínima também fica alta, em torno de 22 °C. Terça-feira, a mínima registrada em Itajaí foi de 19,3 °C, às 6h. Depois disso as temperaturas aumentaram, passando de 30 °C.

Como o índice UV é calculado

l Concentração de ozônio: esse gás é o que mais absorve a radiação ultravioleta, quanto menor quantidade mais radiação chega até a superfície

l Posição geográfica da cidade: quanto mais afastado do Equador menor a radiação UV. Por exemplo, as cidades brasileiras do Nordeste recebem mais quantidade dessa radiação do que as cidades do Sudeste e de Santa Catarina

l Altitude da superfície: quanto mais alta a cidade menos ozônio há na atmosfera dessa região. Portanto mais radiação UV chega até a superfície, ou seja, na serra os cuidados devem ser até maiores do que no litoral em alguns casos

Fonte: Central RBS de Meteorologia