Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste, 24º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Lucas, traz, fisicamente, três parábolas: a das cem ovelhas, a das dez moedas de prata e a do ‘filho pródigo’, mas, semioticamente, constitui uma única parábola, sendo a do ‘filho pródigo’ sua terceira cena. Esta parábola é com justiça chamada de ‘evangelho no evangelho’, por representar o cume da obra de Lucas e, mais ainda, do evangelho de Jesus. Umas das pérolas da literatura religiosa universal, foi contada em prosa e cantada em versos, virou pedra nas mãos de escultor e tela nas mãos nas tintas de pintor. Não é uma história real, mas uma parábola. Portanto, não conta a história de um pai que tinha dois filhos e, assim, por diante, com a intenção de dar uma lição de moral nos filhos rebeldes. Lamentavelmente, esquecida de que se trata de uma parábola, uma comparação entre uma realidade bem conhecida do quotidiano e algum aspecto do reino que Jesus veio anunciar, muita gente usa a parábola para iluminar as relações familiares, chamando os jovens à boa conduta. Também não é uma alegoria. Enquanto a parábola tem um significado geral, na alegoria, cada palavra tem uma referência concreta, às vezes, histórica, precisa. Isto não quer dizer que os detalhes sejam insignificantes ou inúteis numa parábola. Absolutamente. Apenas a sua importância não advém da sua individualidade, mas da relação com o conjunto. Explicando com uma ‘parábola’: os detalhes individuais são como flechas atiradas por um bom arqueiro, são várias e partem de diversos pontos, mas buscam o mesmo centro. O sentido é único, mas cada palavra, cada imagem, cada detalhe é útil para evidenciá-lo, especificá-lo e enriquecê-lo. Parábola se distingue de ideia, conceito, abstração. Enquanto o conceito busca a realidade na abstração, a parábola, que joga com fatos concretos, imagens, símbolos, encontra o coração das realidades nas próprias realidades concretas, vivas, pulsantes. Por isso, a parábola é capaz de captar a riqueza da realidade melhor que o conceito, frio, uniforme, monótono. No caso desta parábola, o ponto focal, a mira, é sua última palavra: “era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado”. Os pecadores entenderam na hora; os ‘justos’, fariseus, doutores da lei, sacerdotes, cada vez entendiam menos. Os primeiros fazem a festa e dançam em vota de Jesus; os segundos são chamados a ‘entrar na dança’. Lc 15, 1-32, mas especificamente Lc 15,11-32, nos revela o amor misericordioso do Pai por seu filho pecador, a alegria incontida de este tê-lo entendido como pai e, finalmente, o convite ao ‘justo’ para abraçar o pecador como irmão. É um convite ao destinatário do Evangelho, o Teófilo de ontem e os Teófilos de hoje, a ser misericordioso como o Pai. É um convite emocionado aos ‘justos’ a comer o pão do reino, na mesa, e na festa, que Jesus prepara para os pecadores. A conversão pode ser lida em três níveis. É processo psicológico do pecador que retorna para Deus. É mudança da imagem de Deus que tanto justos como pecadores devem fazer. É mudança de vida coerentemente com as mudanças anteriores. É preciso dar mais atenção ao segundo nível: converter-se significa descobrir o rosto de ternura de Deus que Jesus revela, voltar-se do eu para Deus, passar da decepção pelo próprio pecado, ou da presunção da própria justiça!, para a alegria de ser filho, não escravo, não empregado, não simplesmente amigo, do Pai!
16/09/13 – Seg: 1Tm 2,1-8 – Sl 27 – Lc 7,1-10
17/09/13 – Ter: 1Tm 3,1-13 – Sl 100 – Lc 7,11-17
18/09/13 – Qua: 1Tm 3,14-16 – Sl 110 – Lc 7,31-35
19/09/13 – Qui: 1Tm 4,12-16 – Sl 110 – Lc 7,36-50
20/00/13 – Sex: 1Tm 6,2c-12 – Sl 48 – Lc 8,1-3
21/09/13 – Sáb: Ef 4,1-7.11-13 – Sl 18 – Mt 9,9-13
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