MENSAGEM DO EVANGELHO
Neste, Domingo de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo,o Evangelho de Mateus 25,31-46, traz a última instrução expressa deJesus para seus Apóstolos, o que a torna especial e faz com que devaser lida com atenção especial. Desenvolve a imagem da chegada do Filhodo Homem em um discurso escatológico. Ainda que esta pregação de Jesustraga muitos elementos judaicos, é fascinante porque coloca comocritério fundamental para a salvação o amor absoluto e ‘imerecido’,feito de forma livre em direção aos pequenos. A introdução deste textorealça a majestade de Jesus, que entra como um rei prestes a julgar oseu povo. Há uma diferença importante com relação ao Filho do Homem doLivro de Daniel. No Profeta, ele somente acompanha, como umatestemunha, o juízo de Deus aos povos. Para Mateus, senta-se no tronocomo um juiz universal, prestes a dividir os homens por suas obras.Essa importância é acentuada no versículo 34, quando o Filho do Homemé chamado “rei”. A expressão realça a majestade de Jesus, funcionandocomo um cortejo celeste. Não é como em Mateus 24,31, onde os anjos têma função de reunir os eleitos para, junto com Jesus, estenderem ojulgamento sobre as nações. Nesta passagem, parece que Israel não estáparticipando do juízo como articulador, mas se encaixa em “todos ospovos da terra” que se reunirão para serem julgados. Na mentalidadejudaica antiga, era bem clara a identificação do lado direito como o“bom” e o esquerdo o “ruim”. No final do dia, era comum que o pastorseparasse as ovelhas, brancas, dos cabritos, escuros. Esta comparaçãose referia à separação dos cabritos que seriam abatidos. Como condiçãopara herdar o Reino dos Céus, estão as obras de caridade que erambastante conhecidas pelo mundo judeu. Listas muito semelhantes podemser encontradas na tradição do Antigo Testamento e nas tradiçõesjudaicas. Parece estranho que Jesus não fale de atitude que estãomuito presentes em sua pregação, como a conversão, a fé no Reino dosCéus, a pureza de coração, o amor a Deus, entre outras. O sentidodestas afirmações será desvendado ao final da passagem. A pergunta dosjustos é justificada: Jesus não se apresenta nas situações queenumera. Os justos certamente já haviam feito estas obras para alguém.É a partir daí que Jesus dá o sentido de seu discurso: aquele que fazuma obra de amor desinteressada a um dos pequenos atinge o coração desua pregação. O Filho do Homem está presente nos mais pequenos,garantindo uma visão mais universal da salvação: ainda fora doscírculos judaicos e cristãos, há os ‘irmãos menores’ e todos podemfazer o bem para eles e tocar em Jesus. Jesus Cristo nos ensina que oReino dos Céus há lugar para todos, desde que a conversão seja feitano coração. As boas obras são fundamentais para a salvação, mas sempree quando vêm de uma atitude de amor livre. No encerramento deste anocomum, ao celebrarmos a Liturgia de Jesus Cristo Rei do Universo,somos convidados a aprofundar nossas práticas religiosas, pensando noquanto estamos cuidando dos irmãos menores e no sentido que isto tempara o nosso coração. Encontrar-se com os pequenos em uma atitude deamor concreto é encontrar-se com Jesus.
Seja fiel, ofereça o Dízimo!