Escritor e Poeta
Natural de São Bento do Sul,SC, casado com Karim Voigt, pai de 2 filhas: Daniela e Fernanda e 1 filho: Fábio Luis, 1 neta Giovanna e 1 neto Eduardo.
Membro da Academia Parano-Catarinense de Letras, ocupando a cadeira de nr. 41.
Membro da Diretoria da Oficina de Poetas - formação de jovens poetas nas escolas públicas.
Membro da Academia de Letras Infanto-Juvenil para Santa Catarina
Municipal de São Bento do Sul
Mérito Literário do Instituto Montes Ribeiro de Curitiba/Pr
Saudade de ti minha santa querida
E da poesia do jovem poeta sonhador
Um quase menino: Casimiro de Abreu,
De versos inesquecíveis, tempo fugidio
Vocês nos deixaram um imenso vazio!
“Oh! que saudades que tenho
Da aurora de minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!..”
Lembro de teu olhar enternecido
No teu nobre e tímido semblante
O enlevo, a dedicação, terno amor
Dos doces sorrisos alvos e brandos
Daqueles meigos carinhos, quantos
“Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor! “
Da infância à juventude fugaz
Foram passos imperceptíveis
E pouco tempo para te dedicar
Ah!... sinto no peito o amargor
Não ter te dedicado mais amor.
“Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar! “
Nas noites insones nos embalavas
Medicavas corpos doentios e febris
Tu davas o conforto, mal dormias
Ao lado da cama, noites sombrias
“Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã! “
Naqueles velhos Natais de outrora
E nas festas familiares quanta alegria
Eras a maravilhosa estrela brilhante
Que transbordava ternura constante.
“Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus
— Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!”
Muito céleres as vidas transcorreram
Invernos, primaveras, outonos, verões
Nós filhos crescemos, esbranquiçados
os teus nobres cabelos transformados
“Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!”
Doce graça tivestes, a vontade Divina
Da felicidade de teus netos conhecer
Antes de tua triste e amarga partida
No instante de dor sorrias para a vida !!!
“Oh! que saudades que tenho...”
* Poesias: “Mãe” de minha autoria entrelaçada com “Meus oito anos”de Casimiro de Abreu.