Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Neste, 4º Domingo do Tempo do Advento, o Evangelho de Lucas, mostra há quanto tempo não esperava a humanidade a alvissareira saudação: “Alegra-te”. Tocou a uma mulher, a nova Eva, ouvi-la: “Alegra-te, cheia de graça. O Senhor é contigo”. Se pela boca de Eva perdeu-se a humanidade ambiciosa, pela boca de Maria encontrou-se a imerecida salvação. Numa única visita, muitos significados. Uma visita de amizade. Uma visita de solidariedade. Um encontro entre o Antigo e o Novo Testamento. O Antigo prepara o terreno para semeadura do Novo. O Novo, porém, desborda as expectativas do Antigo. A esperança humana, de fato, é sempre menor que o dom divino. Só Lucas da Visitação de Maria à prima Isabel. Mediante Maria, obediente à Palavra, Deus visita o seu povo e é por ele reconhecido. Esse reconhecimento é a meta do seu plano, o objetivo dos seus esforços, o cumprimento da história como história da salvação. Nesse sentido, a Visitação, sem prejuízo de outros aspectos, é a alegria final do encontro, sempre desejado, mas sempre dificultado, entre o Esposo e a esposa, tematizado no Cântico dos Cânticos. A visita do Senhor, levado no seio da Senhora Mãe, é o sentido último da história pessoal e universal. Isabel, nome que quer dizer ‘o meu Deus é plenitude’, ‘o meu Deus é cumprimento’, está grávida de dois mil anos de espera. Maria leva em seu seio o Esperado dos séculos. O encontro das duas mulheres é o encontro entre o Antigo e o Novo Testamento, a promessa e sua realização. Duas mulheres, a figura feminina é símbolo de abertura e acolhimento, se saúdam e se acolhem. Em sua recíproca acolhida, é reconhecido o próprio Senhor, que é Acolhimento absoluto. O Pai, na verdade, gera o Outro de si, e o acolhe na sua diferença. O Filho, o Outro em relação ao Pai, não se fecha na sua autonomia, mas vota-se para o Pai, acolhendo-o como tal. O amor torna possível a geração, do lado do Pai, a filiação, do lado do Filho, e a recíproca acolhida dos dois. É o Espírito Santo. A iniciativa parte daquela que, à semelhança do seio do Pai, carrega o Filho do Pai em seu seio. A iniciativa cabe àquela que é bem aventurada, feliz porque acreditou na realização da Palavra do Senhor. Isabel é, para Maria, o sinal que lhe deu Aquele para o qual “nada é impossível”. O Novo Testamento precisa do Antigo para compreender o que está acontecendo, no Novo. Precisa ‘visitar’ e frequentar o Antigo para entender a realidade de que é cumprimento. O Novo Testamento identifica, reconhece, no Antigo o dom aí contido como promessa. A promessa, no momento em que é feita, parece sempre impossível. A fé na promessa, porém, abre o horizonte, descortina a esperança, constrói o futuro. Um dos pilares da história da salvação é justamente a dupla promessa e esperança. Lucas que escreve para cristãos vindos do paganismo, procura introduzir seus leitores na história de Israel, para que possam ser introduzidos no mistério de Jesus. Fora da promessa do Antigo Testamento, é impossível ‘reconhecer’ o dom de Deus que, em Jesus, veio nos visitar. João Batista estará em condições de mostrá-la presente no mundo. A salvação tem uma história, e essa história se confunde, de uma maneira muito particular, com a história de Israel. Os primeiros capítulos do Evangelho de Lucas tem essa finalidade.
24/12/12 – Seg: 2Sm 7,1-5.8b-12.14a.16 – Sl 88 – Lc 1,67-79
VIGÍLIA: Is 62,1-5 – Sl 89 – At 13,14-25 – Mt 1,1-25
25/12/12 – Ter: NOITE: Is 9,1-6 – Sl 95 – Tt 2,11-14 – Lc 2,1-14
AURORA: Is 62,1-12 – Sl 97 – Tt 3,4-7 – Lc 2,15-20
DIA: Is 52,7-10 – Sl 98 – Hb 1,1-6 – Jo 1,1-18
26/12/12 – Qua: At 6,8-10; 7,54-59 – Sl 30 – Mt 10,17-22
27/12/12 – Qui: 1Jo 1,1-4 – Sl 96 – Jo 20,2-8
28/12/12 – Sex: 1Jo 1,5-2,2 – Sl 123 – Mt 2,13-18
29/12/12 – Sáb: 1Jo 2,3-11 – Sl 95 – Lc 2,22-35
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