Agricultora produz quarenta tipos diferentes de alimentos
Campo Alegre – Acordar às 5 horas da manhã e dormir às 2 da madrugada. Toda sexta-feira na vida da agricultora Inês Piske é assim, pois ela precisa ter produtos fresquinhos para atender aos clientes da feira, nas manhãs de sábado, no Calçadão da Cascatinha, em Campo Alegre. Nos outros dias da semana, ela vai dormir um pouco mais cedo, lá pelas 23:00 ou meia-noite, mas acorda antes do sol. Se Inês reclama dessa vida? Nem um pouco. Não troca sua lida na horta por nada. Ela já morou em Joinville, já trabalhou como empregada em outras propriedades rurais, mas agora cuida da sua terra: o Sítio Bons Ventos, em Bateias de Baixo. No total, contando o seu pedaço de chão, mais meio alqueire arrendado, ela cultiva 24 mil metros quadrados. Nesse espaço, ela produz quarenta tipos diferentes de alimentos, como cenoura, beterraba, alface, repolho, pepino, brócolis, couve-flor, tomate, pimentão, ervilha, feijão e por aí vai.
PROPOSTA RECUSADA
No pomar, há maçãs, amoras, pêssegos, laranjas, ameixas, limões que são vendidos in natura ou se transformam em compotas e doces. “Hoje em dia eu não tenho mais tempo de processar as frutas, porque o trabalho com a horta me toma muito tempo”, conta Inês. Atualmente, o que a família ganha com a venda dos alimentos orgânicos é três vezes o que Inês receberia se trabalhasse como operária. Ela recusou uma proposta de trabalho com salário de R$ 3 mil, para cuidar de uma chácara. “Aqui a gente trabalha duro todos os dias, até no fim de semana, mas compensa e é algo que eu gosto de fazer. Amo lidar com a minha terra”, conta a produtora.
BARRACA
Além da feira de sábado, quando divide a barraca com uma amiga que produz pães e doces caseiros, Inês também vende seus produtos na Casa da Colônia e atende clientes que vão até a sua propriedade. Segundo Inês, a maior alegria dos visitantes é colher os alimentos direto da horta ou das árvores. Recentemente, alguns produtos de Inês foram analisados, através da Cidasc, em um laboratório do Rio Grande do Sul, para averiguar se realmente são orgânicos. As amostras passaram no rigoroso teste. Agora, a produtora já conta com certificado de conversão emitido pela Rede Ecovida e, em breve, espera comercializar tudo com o selo de produto orgânico.