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A elevação do nível do mar provocada pelo aquecimento global tem ocorrido 60% mais rapidamente do que o estimado em 2007 pelo grupo de climatologistas da ONU, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), revelaram cientistas em um estudo que será publicado esta quarta-feira (28).
Atualmente, os mares subiram 3,2 mm ao ano, em média, segundo o estudo realizado por três especialistas em clima e publicado no periódico científico Environmental Research Letters.
A projeção "mais confiável" do IPCC, em 2007, baseada em dados de 2003, previa uma elevação de 2 mm ao ano atualmente.
A nova cifra converge com a ideia amplamente difundida de que o mundo se encaminha para uma elevação do nível do mar de um metro até o fim do século, declarou Grant Foster, da empresa americana Tempo Analytics, co-autor do estudo.
"Eu diria que um metro de elevação do nível do mar até o fim do século é provavelmente próximo do que se encontraria se você consultasse as pessoas mais informadas" a respeito, disse Foster.
"Em terras baixas, onde você tem um grande número de pessoas vivendo no limite de um metro do nível do mar, como Bangladesh, isto significa o desaparecimento da terra que sustenta suas vidas, e você terá centenas de milhões de refugiados climáticos, e isto pode levar a guerras por recursos e todo tipo de conflitos", acrescentou.
"Para grandes cidades costeiras, como Nova York, provavelmente o principal efeito seria o que vimos com o furacão Sandy", prosseguiu.
"Toda vez que temos uma forte tempestade, você tem uma intensidade maior e isto traz um risco maior de inundações", prosseguiu.
O estudo, chefiado por Stefan Rahmstorf, do Instituto Postdam para a Pesquisa do Impacto Climático (PIK), na Alemanha, mensurou a precisão dos modelos de simulação que o IPCC utilizou em seu Quarto Relatório de Avaliação, publicado em 2007.
Este relatório alertou os governos a colocarem a mudança climática no topo de suas agendas, culminando com a fracassada Cúpula de Copenhague, em 2009, e ajudou o IPCC a conquistar o prêmio Nobel da Paz em 2008.