247 – O governo federal enviará ao Congresso um projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores com renda de até R$ 5 mil por mês e estabelece descontos progressivos para quem ganha até R$ 7 mil. A proposta foi detalhada pelo Valor Econômico, que destacou a estratégia do Ministério da Fazenda para evitar que pequenos reajustes salariais retirem integralmente o benefício da isenção.
Com a mudança, será implementado um sistema de "escadinha", permitindo que contribuintes com rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7 mil tenham um desconto parcial no imposto devido. Segundo cálculos do governo, quem recebe R$ 6 mil, por exemplo, pagará apenas metade do valor original, reduzindo o imposto de R$ 574,29 para R$ 417,85. Essa medida busca corrigir distorções no sistema tributário e tornar a cobrança mais justa para a classe média.
Além disso, o governo pretende continuar ajustando a tabela do Imposto de Renda anualmente, seguindo o compromisso do presidente Lula de reduzir a defasagem histórica. Essa atualização escalonada também contribuirá para a redução do impacto fiscal da medida, que passará de R$ 32 bilhões para cerca de R$ 27 bilhões em 2026, segundo estimativas do Ministério da Fazenda.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a proposta como uma resposta a um problema social de longa data. "O sistema tributário brasileiro penaliza trabalhadores assalariados e a classe média, enquanto setores de alta renda se beneficiam de isenções e planejamento fiscal", afirmou.
A proposta ainda será debatida no Congresso, mas o governo espera uma tramitação rápida, dado o clamor popular pela atualização da tabela do IR, que não sofre uma grande correção desde 2015. Com essa reforma, o Palácio do Planalto reforça sua estratégia de promover uma tributação mais progressiva, garantindo que quem ganha menos pague proporcionalmente menos impostos, enquanto avança na taxação de grandes fortunas e altas rendas.