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Maurélio Machado

maurelio_machadoyahoo.com.br

Escritor e Poeta

Natural de São Bento do Sul,SC, casado com Karim Voigt, pai de 2 filhas: Daniela e Fernanda e 1 filho: Fábio Luis, 1 neta Giovanna e 1 neto Eduardo.

 Membro da Academia Parano-Catarinense de Letras, ocupando a cadeira de nr. 41.

 Membro da Diretoria da Oficina de Poetas - formação de jovens poetas nas escolas públicas.

 Membro da Academia de Letras Infanto-Juvenil para Santa Catarina 

Municipal de São Bento do Sul

 Mérito Literário do Instituto Montes Ribeiro de Curitiba/Pr

 


Veja mais colunas de Maurélio Machado

Legado

Sexta, 03 de agosto de 2012

O sol escaldante rompe as trevas.

Severino e Anastácia, pobres anciões alquebrados seguem em direção ao roçado.

Vida dura a da terra dos Mandacarus, do Carcará, das miserabilidades.

Trabalham duro, sulcos vicejam profundos nas faces lavadas pelo tempo.

Entardecer, a luminosidade é escassa, na estrada escura acendem as velhas candeias, que titubeiam e lançam ao ocaso suas trôpegas centelhas.

A noite parece murmurar e o silêncio se faz ouvir no farfalhar das folhas secas pisoteadas pelas sandálias endurecidas pelo cansaço.

Os filhos se foram há muito para o Sul, ansiado paraíso dos que buscam por milagres mesmo que para alcançá-los

tenham que passar por labirintos escuros e sorver o fel de águas pútridas.

Jamais tiveram notícias de José, Severiano ou de Domingos.

Escafederam-se pelo mundo de Deus.

O casal vislumbra o casebre de lúgubre aparência: a riqueza que Padim Cícero lhes deixou, um belo legado...

Tênues raios de lua lambem o alpendre deteriorado.

Apáticos, derreados, largam os instrumentos que quase sempre lhes proporcionaram o plantio da macaxeira, do feijão e de plantas para sua caquética subsistência.

- Chegamos balbuciou Severino.

Na mão o velho e enegrecido lampião, fez-se a luz!

- Não temos lenha para o fogão resmungou entre dentes caquerados a velha Anastácia.

Pálida, sem cores, quase sem vida numa súplica olhou para Severino.

- Vou até lá, velha, volto num instante!

- De posse do velho machado abriu a porta do casebre, tropeçou na soleira.

- Meu Deus, quanto sangue, gritava desesperada Anastácia.

Noutro dia ouvia-se o badalar lastimoso dos sinos da ermida.

Não era um, mas dois caixões de defuntos frente ao altar da pequena capela.

Alguns anciões maltrapilhos pigarreavam nos toscos bancos enegrecidos, crianças de olhos esbugalhados tentavam enxergar as tristes passagens.

O caboclo autorizado pelo pároco da cidade próxima pediu silêncio à minguada platéia,  persignou-se e após  encomendou as almas dos desafortunados aos céus.

 Ao final da celebração disse: “ do fundo do poço só brotam saudades.”



Comente





EDVÂNIA DE OLIVEIRA OLIVEIRA


MEU DEUS,Q COISA MAIS TOCANTE E REAL Q EU PUDE LER E SENTIR EM MEU CORAÇÃO REALMENTE MEU ANJO AMIGO VC É INCRÍVEL EM SUA MANEIRA DE NARRAR UMA HISTÓRIA TÃO LINDA Q MUITAS VEZES EM MUITOS LUGARES SOFRIDOS DESSE MUNDÃO DE NOSSO DEUS, PODE SER SIM UMA HISTÓRIA REAL E VERÍDICA E MUITO COMOVENTE E UMA SITUAÇÃO Q SÓ DEUS PODE RESOLVER DE TÃO TRISTE E COMOVENTE,EU AMEIII VC ESTA DE PARABÉNS POR TANTO TALENTO,CONTINUE SEMPRE ASSIM MAIS Q UM SIMPLES POETA UM INESQUECÍVEL POETA,BJSS EM SEU CORAÇÃO DE OURO

Responder      24/08/2012

Rosângela Lima Figueiroa


oi meu querido poeta, encantada com teus inéditos textos e poesias, beijos

Responder      11/08/2012

Dimas Luís Alves


Meus sinceros parabéns poeta e escritor Maurélio pelo belíssimo conto "Legado" Bom final de semana amigo, abração!!!

Responder      11/08/2012

Rose Narciso


Lindo conto Maurélio,prazer em lê-lo,não te conhecia e gostei da sua maneira de escrever a realidade de muita gente sofrida e que pela simplicidade nos transmite muita sabedoria...obrigada!

Responder      10/08/2012

sirlene mendonça welter


Legado...viagem no tempo...parabens!

Responder      10/08/2012

REGINA A


MAGNIFÍCO AMIGO ADOREI ... SUA EXPRESSÃO NO DIÁLOGO DEIXOU, BOM ENTENDIMENTO ....MUITO LINDO ... PARABÉNS .. “ do fundo do poço só brotam saudades.”PALAVRAS SÁBIAS ....10....

Responder      10/08/2012

Juliana Silva


Lindo e expressivo texto, como sempre de parabéns ! Abraços cordiais, Juliana S. Valis

Responder      09/08/2012

Rosalina Alba Teixeira


Olá meu amigo Maurélio, obrigado pelo convite. Apreciei deveras seu conto. Conheço um pouco de seus escritos poéticos e o admiro, faço parte do Recanto das Letras onde escreves, bjsssss

Responder      09/08/2012

Gisele Alkansa Antoniuque


Oi querido poeta, amei a sua crônica, aplausos daqui. Bjssss

Responder      09/08/2012

Aline Vanice Oliveira


Ô gente meu querido, por todo estes sonhos lindos que tens transmitido, o meu axé, meu respeito e aplausos poeta, bjsssss

Responder      09/08/2012

Angela Lara


Meu querido amigo e poeta, gosto da visão que tens da vida e esta sensibilidade que é só tua. Apesar da dor verdadeira deste povo sofrido, existe a poesia para amenizar. Parabéns por mais este bonito e comovente trabalho!!!!!!!!!!!!

Responder      09/08/2012

GILKA REZENDE REIS


MUITO BOM MESMO.PARABENS MEU ANJO AMIGO

Responder      09/08/2012

Mara Santos


Boa tarde Maurélio! Gostei muito do estilo do seu conto, parabéns!Gosto quando o final foge do esperado e e surpreende.Um abraço,Mara

Responder      09/08/2012

Luciana Vera Amorim


amei querido poeta, maravilhosos seus textos bjssss

Responder      09/08/2012

eunice canini


Obrigada pelo convite poeta Maurélio fiquei honrada.Seu conto me lembra um pouco o grande Guimarães Rosa mas tem um final surpreendente e inesperado e isso da um sabor especial ao leitor..Gostei muito da forma poética que voce usou para expor a realidade mais gritante do mundo que é o abandono e a fome.. a pobreza de espírito das pessoas que não sabem ver com a alma.Adorei obrigada espero ter o privilégio de ler mais de voce bjsss poeta amei..

Responder      08/08/2012

edson costa


Caro Maurélio um belo conto poético, parabens

Responder      08/08/2012

Ana Lúcia Bernardes


amei querido conterrâneo, tuas poesias e contos são maravilhosos, gostaria que a realidade não fosse assim tão dura, mas assim tu a descreves...como na real, obrigado por compartilhar teus sonhos conosco!!! Beijos

Responder      08/08/2012

Joaquim Pedro Nascimento


Fantástico conto amigo poeta, meus aplausos parabéns, abraços poéticos do Joaquim

Responder      08/08/2012

Danielle Arruda Vaz


Esplêndido querido poeta Maurélio, admiro e me encanto com seus contos e poesias. Muitos sonhos para alegrar nossos corações, parabéns e beijos

Responder      08/08/2012

chica Tazza


Lindo e emocionante conto,Maurélio!!Adorei!abraços,chica

Responder      08/08/2012

Prof. Vanderley Santos (O poeta da Educação)


O nordeste é composto por este povo simples e trabalhador, que luta constantemente contra os 35 Graus no calor ardente dos sertões, mas não se deixam se abater e vivem com alegria e sorriso no rosto. Portanto, merecem o reconhecimento divino, porque das autoridades políticas brasileiras só tratam de tentarem assegurar os votos através de ajudas miseráveis.Parabéns por mais um belo texto poético que retrata a vida de milhões de brasileiros. Abraço!

Responder      08/08/2012

Kate Weiss


Como sempre amigo Maurelio, seus textos nos emocionam.abraços

Responder      08/08/2012

Adilson José Rank


Quando o poema é bom dispensa comentários, você percebe isso ao começar a ler rapidamente diante da correria do dia a dia, mais quando os versos prendem a atenção, você começa a viajar nos mesmos, e aí sem perceber você para um instante para apreciar tão bela obra...Depoimento de quem um dia tirou um momento para ler um verso a convite de um desconhecido e até hoje acompanha seu trabalho...Parabéns Maurélio mais uma vez, Grande Abraço!

Responder      08/08/2012

N. Marilda Lavienrose Mucci


Boa Noite Maurélio..Suu texto mostra a contundencia da vida dos simples,que lutam muito e cujo único legado garantido é a Morte.Gostei de ler..Abraços ML

Responder      07/08/2012

Lucília Eliane Moreira


Poeta e escritor Maurélio, és sensacional em teus textos maravilhosos retratando a cruel realidade ou ensinado-nos a sonhar novos sonhos com tuas encantadoras poesias, amo os teus contos, as crônicas, prosas, poemas e poesias, mil e um beijos querido amigo

Responder      07/08/2012

Joemir Rosa


Bom, Maurélio, vou chover no molhado!!Você tem o dom de colorir todas as cenas, com palavras iluminadas, mesmo aquelas que não fazem parte do vocabulário comum, do cotidiano!Em poucas linhas, toda a vida, sentimentos e tragédias são pintados com cores e nuances que nos deixam estáticos, sem palavras, até que as imagens se desvanesçam em nossas mentes!Parabéns! Você tem os dons das palavras e das telas!!! Um autêntico artista literário!!!

Responder      07/08/2012

Don Juan Castelano


Maravilhoso poema amigo poeta abraços.

Responder      07/08/2012

Jefferson Dieckmann


Um belo conto, recheado de cores e sensações profundas de realidade! Mais uma bela obra da tua lavra, meu amigo! Meus parabéns, sempre! Um grande abraço!

Responder      07/08/2012

maith moreira


Que estoria triste! Mas é a realidade de muito camponês. Morreram juntos e isso foi uma graça para os dois. Boa tarde!

Responder      07/08/2012

Shimada Coelho


Amigo... Não costumo comentar quando as únicas palavras que consigo expressar são aquelas de praxe: fazem bem ao Ego mas não servem como motivação para continuarmos o trabalho.Na maioria das vezes que te leio me faltam palavras mais profundas. É inquestionável a beleza e o encanto em tuas letras, mas não há palavras certas para dizer. Seu estilo de escrever é tão incrível: dá vida a cenários que nem sabemos se existem de fato,mas de alguma forma vamos até lá! Rico,maravilhoso!

Responder      07/08/2012

kelma moraes


Amigo vc e otimo que Deus iluminar vc sempre, para nos pobri mortais se deleita dos seus lindos pensamentos...

Responder      07/08/2012

SOL Figueiredo


Amigo, excelente texto e bem real mesmo!! Um retrato triste de nosso interior... Bjus SOL

Responder      07/08/2012

luciene sousa


olha adorei ver o seu jornal evolulaçao tenha certeza que vou ver todos os dias ,,,

Responder      06/08/2012

Rosangela Colares


Um triste e real legado, quantos por ai estão vivendo essa herança de luta pela sobrivência e passam desapercebidos por mundo de meu Deus.Abraço poético ao grande poeta Maurélio MachadoRosangela Colares

Responder      06/08/2012

Rubia Ariane Fragoso


Adorei o conto poeta e escritor MMachado, um abraço conterrâneo.

Responder      06/08/2012

Juana Mara Furtado


Um conto de estórias semelhantes aos que ocorrem aqui no agreste, o Brasil tem as regiões muito diferenciadas no clima, educação, saúde e condições financeiras e de saneamento. Sua narrativa é uma preciosidade escritor Maurélio Machado, virei visitá-lo sempre, obrigada pelo convite, valeu a pena! Beijos

Responder      06/08/2012

lurdes marinho


"PARABÉNS PELO TEXTO,NOS TRAZ UM SENTIMENTO DE SOFRIMENTO DE UMA REALIDADE DA QUAL NÃO PODEMOS FUGIR

Responder      06/08/2012

Sonia R. Carrato


Muito bem descrita a saga deste povo sofrido, com desfecho trágico, impactante. Excelente leitura, parabéns meu amigo. Grande abraço.

Responder      06/08/2012

Berenice Dugaich


Achei bem triste, traz um sentimento muito grande de realidade. Parabéns pela forma de convencer e gerar suspense.

Responder      05/08/2012

karin diener


muito triste,do fundo do poço brotam saudades, mas espero que eles tenham encontrado na morte a felicidade...sem saudades da vida que levavam, poeta a imaginação é maravilhosa,e o melhor,consegues colocar isto no papel, lindo,parabens e um grande abraço!

Responder      05/08/2012

Ingrid Essinger


Ah, meu caro e querido poeta, tens o poder de fazer com que sintamos no coração toda a dor e descaso desse povo tão esquecido e ao mesmo tempo um povo onde as duras, os emoldurasse de uma beleza sórdida...Um forte abraço.

Responder      05/08/2012

Regina Bertoccelli


Um conto suscinto e bem escrito que merece os meus aplausos.Beijos mil

Responder      05/08/2012

Anne Lieri


Maurelio,história triste mas muito linda e verdadeira!Bjs e meu carinho,

Responder      04/08/2012

Rosana Vieira Fontes


Vou dizer: siga adiante poeta escritor, és mestre da palavra, dos versos, da emoção...beijos

Responder      04/08/2012

Ariadne Cavalcante


Muito triste a vida do povo do sertão e você deu, com sua originalidade, deu um toque ainda mais miserável a elel! Triste legado! Bela narrativa! Parabéns! Beijos!

Responder      04/08/2012

Sônia de Fátima Machado silva


Olá caro amigo Maurélio como vai? Belíssimo conto, mas muito triste. Entrei na história e até me senti tomada por uma depressão. Que vida triste... Que paisagens ainda mais tristes criei em minha mente. Quase chorei pelo destino dos dois. Mas talvez a morte tenha sido o melhor. Quem sabe ganham o paraíso que não tiveram em vida. Parabéns pelo conto. Abraços e até...

Responder      04/08/2012

Patricia mara ramos mara ramos


::01: È triste, más verdadeira, á vida de muitos , neste mundo. È belo a maneira como vc narra . com simplicidade. e a sensibilidade nas suas poesias, vc tem alma,uma alma generosa. Parabéns vc consegui extrair da dor , uma beleza abstrata . Abraços

Responder      04/08/2012

Vanice Ferreira


Boa noite Maurélio, uma história comovente que emociona! Parabéns!Abraços, e um ótimo fim de semana!

Responder      03/08/2012

Bernardete Voigt


Querido amigo poeta!Linda paisagem e lindo conto...Fico imaginando como vcs poetas se inspiram para escrever e criar belos contos como este. Com uma profundidade de emocao que so quem sabe faz ao vivo e a cores.Parabens uma vez belissimo conto. Vc e 100000000000!SucessoBjux

Responder      03/08/2012

Regina Célia Costa Duarte


Perfeito seu conto sobre a pobre família sertaneja, saindo da área do litoral o clima e as condições de vida realmente são sufocantes, quase impossível sobreviver no agreste!!!! Beijos meus

Responder      03/08/2012

Adriele Joelma dos Santos


Meu anjo, adorei, um beijão querido

Responder      03/08/2012

Naiara Fernandes


Divinal o conto, povo sofrido este do agreste brasileiro, belo texto descrevendo as agruras do nordestino, beijokas amigo

Responder      03/08/2012

Renata Augusta Damathé


Bucólico e surpreendente a narrativa caro escritor Maurélio, um beijo terno e ótimo final de semana

Responder      03/08/2012

Jacó Filho Jacó


Um tanto triste, mas muito bem elaborado... Gostei...

Responder      03/08/2012

Mírian Warttusch


Um conto pra se ler com o coração e sorver com a alma, deixar-se levar numa viagem aos sertões, migrar para dentro da essência do que o escritor tão bem descreveu. Padinho Pde Cícero dá ao conto um ritual de fé que o povo nordestino tem de sobra. Lindo o decorrer dessas cenas bucólicas com um roteiro e desfecho muito emotivos. Como não aplaudir o talento de Maurélio Machado? Deixo aqui minha admiração.

Responder      03/08/2012

Wilma Theodora Wilmart


Fantástico conto mestre Maurélio, abraços e aplausos.

Responder      03/08/2012

Dolce Vita


Gostei muito da estrutura narrativa. Excelente, Maurélio. Parabéns!

Responder      03/08/2012

Andréa Maria Vidigal


Texto esplendidamente redigido, uma estória do pobre sertão, adorei, bjssss

Responder      03/08/2012

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