Depois de três anos de construção, início das atividades aconteceu em junho do ano passado
A Reportagem do Evolução foi até o litoral norte catarinense nesta semana conhecer o Porto Itapoá. A recepção ficou a cargo do diretor superintendente Patrício Júnior. Hoje morador de Balneário Camboriú, Patrício comentou que há quase duas décadas um dos diretores do Grupo Battistella, sobrevoando a região de Itapoá, “identificou o local como grande opção para um porto”. Já mais para os tempos atuais, a Battistella se juntou à LogZ – Logística Brasil e à Aliança Navegação e Logística (Hamburg Süd), acionistas, e então surgiu o Porto Itapoá como empresa. Na prática, foram três anos de construção “e de muita luta”, como citou o superintendente. “Em 16 de junho de 2011 o porto foi oficialmente aberto, com o primeiro navio operando”, contou. “Deixou de ser um grande projeto para ser um dos grandes portos brasileiros”. O superintendente não quis fazer maiores comentários a respeito da demora para inauguração da SC-415, que ocorreu apenas na semana passada. A rodovia termina em uma ponte que aparentemente não apresenta as melhores condições para tráfego pesado. Por isso mesmo, o próprio Porto Itapoá está investindo mais R$ 10 milhões para uma nova estrada que dará acesso ao porto.
ESTADO LOGÍSTICO
O Porto Itapoá tem como um dos seus acionistas o Grupo Hamburg Süd. “Isso ajuda bastante”, diz, referindo-se à empresa de navegação que tem contribuído significativamente em termos operacionais e comerciais. O porto projetava cerca de 45 mil movimentos (contêineres) em 2011, mas ao todo foram 55 mil. “Para este ano (2012) fazemos uma previsão de que serão utilizados setenta por cento da capacidade do terminal”, revelou. Ele elogia o Estado e sua força industrial. “Vejo Santa Catarina como o melhor Estado logístico brasileiro”, avalia, citando os portos de Imbituba e de Itajaí/Navegantes, além do vizinho – de São Francisco do Sul – e do próprio Porto Itapoá, claro. “Eles estão estrategicamente localizados”, comentou.
O cais do Porto Itapoá conta com 630 metros, suficiente para dois navios de grande porte. Na prática, aproximadamente cento e vinte contêineres por hora – ou 2.880 por dia. No berço do Porto Itapoá, onde há movimentação atualmente, são 16 metros de profundidade. O calado do outro lado do berço de atracação já conta com 12 metros de profundidade e poderá ser utilizado com a futura expansão do cais, possibilitando o aumento na capacidade de atracação de navios. O porto conta com o sistema de scanning in motion, ou seja, o escaneamento em movimento dos contêineres. O equipamento permite o escaneamento de 250 a 300 contêineres por hora. O principal produto catarinense que vai ao exterior através do Porto Itapoá são as cargas frigoríficas.
ESTRUTURA DA CIDADE
Como Itapoá não estava preparada para receber obra tão grandiosa, um dos pontos principais apontados por Patrício Júnior diz respeito à qualificação. Itapoá conta com estabelecimentos de educação apenas até o Ensino Médio, o antigo Segundo Grau. “Então, quando as pessoas querem fazer faculdade, vão para fora, se formam e ficam lá”, definiu. “Há alguma dificuldade para termos certas mãos de obra, o que no futuro certamente não vai existir”, acredita. O diretor superintendente afirmou que “não foi difícil encontrar” funcionários e que a dificuldade maior será mantê-los, porque é necessária, conforme ele, uma estrutura maior na cidade, como melhores Postos de Saúde e mais opções de lazer e entretenimento, por exemplo. “Com o tempo, essas coisas vão mudar”, destacou. “Muita coisa vai acontecer por aqui nos próximos cinco anos”, projeta.
Para finalizar, Patrício Júnior fez uma analogia entre o empreendedorismo e a falta de infraestrutura no país. Ele exemplifica dizendo que enquanto o Porto Itapoá não existia falava-se na necessidade de mais um porto – agora que o mesmo está em operação, há quem esteja “incomodado” com sua atuação. O Porto Itapoá conseguiu, em sete meses, bater o recorde de produtividade do Brasil. “Se não me engano, também da América do Sul”, frisou Patrício. “O Porto Itapoá vem para ser identificado não apenas como o mais eficiente, mas como a melhor opção para o importador e o exportador catarinense”, comentou. Maiores informações podem ser obtidas em www.portoitapoa.com.br. Assista em www.jornalevolucao.com.br, seção “Canal de Vídeos”, à reportagem feita pelo programa EvoluAção.