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"Quando acordei ele estava jogando gasolina em mim", diz vítima de estuprador preso em Blumenau

Quinta, 12 de janeiro de 2012

 

Mulher tem certeza que o suspeito preso nesta quarta é o homem que a violentou por seis horas

Morgana Michels | morgana.michels@santa.com.br

A mulher de 32 anos que foi vítima de um estupro e quase morreu queimada no dia 23 de dezembro em Blumenau reconheceu o criminoso nesta quarta-feira. Jim Jones Ayala, 29 anos, foi localizado por meio de informações de testemunhas que anotaram a placa do carro que ele usou para buscar a moto deixada na Via Expressa antes de raptar a vítima.

No dia do crime, com o vidro do carro aberto, a vítima foi abordada pelo suspeito, que simulou um assalto. Ele levou R$ 500 e a agrediu com um tapa e um puxão de cabelo. As agressões foram além, o homem tentou enforcá-la com o cinto de segurança e a estuprou três vezes, o que ocasionou uma hemorragia interna.

O sofrimento seguiu até as 6h da manhã, quando ele ateou fogo no carro com a vítima dentro. Com a blusa encharcada de gasolina e o carro pegando fogo, a mulher arrancou parte da roupa, pulou pela janela do carona e desceu rolando um barranco. Mesmo com queimaduras pelo corpo, ainda recebeu golpes de capacete na cabeça e sofreu uma tentativa de estrangulamento. Ela foi encontrada pelo Corpo de Bombeiros e pessoas que passavam pelo local.

Mesmo sem conseguir dormir ou sair de casa sozinha, e afastada do trabalho, a vítima, que fazia o mesmo trajeto desde o dia 17 de novembro, se diz aliviada com a prisão do suspeito. Atualmente, a mulher violentada toma um coquetel para evitar doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids, e começará tratamento psicológico na próxima semana para tentar superar o trauma. Após 19 dias, as marcas no pescoço, braço e nádegas ainda a fazem relembrar dos momentos de dor.

— Vai demorar um tempo para retomar a minha vida do jeitinho que era. Mas só de saber que ele está preso eu ganhei o meu dia, pois, pelo menos, ele não vai cometer com ninguém o que fez comigo — desabafa.

O suspeito de ter cometido três crimes hediondos — tentativa de homicídio, roubo e estupro — teve a prisão temporária decretada por 30 dias. Neste período, o caso será investigado pela Polícia Civil, e a pena pode chegar a 20 anos de prisão. Nesta quinta-feira, mais duas testemunhas do caso serão chamadas para reconhecimento do suspeito, que logo após será submetido a exame de corpo de delito e encaminhado ao Presídio Regional de Blumenau.

De acordo com a delegada Rosi Barbosa Serafim, a investigação começou quando a polícia ficou sabendo do crime, pelo Hospital Santo Antônio, onde a vítima ficou internada por dois dias com hemorragia.

— A partir do instante em que o juiz decretou a prisão temporária, ele foi submetido a reconhecimento e a vítima apontou sem sombra de dúvida ser ele o autor dos crime — explica a delegada, que acredita que a moça nasceu de novo. Para a delegada, o maior interesse é de que, em virtude de outros crimes que estão em investigação, inclusive um que ocorreu em 2009 e possui perfil semelhante a do suspeito, outras vítimas denunciem o suspeito.

—  A maioria das vítimas de estupro não noticia o fato às autoridades, o que dá margem para que os criminosos deem continuidade a sua conduta.

O que mais disse a vítima:

Como foram estas seis horas com ele?
Ele não falava muita coisa e dizia que eu fazia muita pergunta. Me agrediu, me violentou e oscilava muito de humor. De manhã, quando ele ateou fogo no carro, o que me marcou bastante foi que ele disse que tinha que dar um fim no meu carro e que iria me matar, pois a gente só ia se ver no inferno. Na minha opinião, ele já estava com a intenção de me matar desde o começo da noite, pois pegou um galão de gasolina por volta de uma hora da manhã.

O que você pensou neste tempo?
Pensei várias vezes em pular do carro, mas tinha medo que passasse com o carro por cima de mim, pois ele estava visivelmente transtornado. Ele não tinha nada a perder, então tentei me manter viva. Pensei que ia morrer, principalmente quando me enforcou com o cinto e eu desmaiei. Quando acordei ele estava jogando gasolina em mim e no carro.

Após esta experiência, o que você diria para as mulheres?
As mulheres que cuidem, pois a gente acha que nunca acontece com a gente. A gente acha que só acontece com os outros. Tenham sempre cuidado, não andem sozinha de madrugada, pois já deu para perceber que Blumenau não anda mais tão segura quanto parecia.

O que você sentiu quando viu ele hoje na hora do reconhecimento?
Minha vontade era avançar nele. É difícil olhar para a pessoa e parece que ele ainda está tranquilo, que não fez nada.

E você tem certeza que era ele?
Absoluta. Não tenho dúvida.

Sua família está abalada?
Isso abala a família, abala a relação com meu noivo e no trabalho.



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