Nereu Ramos é o primeiro hospital a realizar exame que detecta distúrbios do sono pelo SUS no Estado

Florianópolis - O Hospital Nereu Ramos, administrado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), é a primeira unidade da rede pública a realizar a polissonografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O exame detecta distúrbios do sono, entre eles, a apneia. "A realização do exame pelo SUS é importante, tendo em vista o alto custo do procedimento na rede particular", ressalta o diretor do Hospital, Antonio Miranda.

A capacidade de atendimento é de um paciente por dia. O procedimento completo tem duração de 12 horas - das 19 às 7 horas da manhã seguinte. A polissonografia monitora o corpo humano durante o sono por meio de eletrodos, fixados na cabeça, queixo, pernas, parte lateral dos olhos, abdômen e tórax. Câmeras filmadoras são utilizadas para analisar os movimentos do paciente enquanto dorme e um microfone capta os sons emitidos, como o ronco. O diagnóstico é concluído em até 15 dias úteis. O chefe do setor de Polissonografia do Hospital Nereu Ramos, Israel Maia, ressalta que é fundamental a realização do exame em ambiente hospitalar para garantir um diagnóstico mais preciso.

O procedimento poderá ser indicado por um médico de qualquer especialidade da rede pública, desde que o paciente apresente sintomas característicos como sonolência diurna, ocasionando deficiência de memória e concentração, mau humor, e até acidentes de trânsito.

A apneia do sono é caracterizada pela diminuição do fluxo de ar nos pulmões, em virtude da obstrução da garganta. O pneumologista e especialista em medicina do sono, Israel Maia, explica que a apneia pode causar problemas cardiovasculares, como hipertensão e derrame, e se relacionado com o diabetes ocasiona alterações nas funções sexuais.

De acordo com o pneumologista, o tratamento para apneia e outros distúrbios do sono compreende principalmente a mudança no estilo de vida, a diminuição do peso e a prática de atividade física. Em caso de apneia grave, o Estado garante tratamento. Santa Catarina é o único no Brasil a fornecer o CPAP, sigla em inglês usada pelos médicos para identificar uma máquina, que ligada a uma máscara nasal, funciona como um pressurizador de ar que impede o fechamento da garganta.