Florianópolis - Após 81 anos da construção, o Complexo Penitenciário de Florianópolis será retirado de uma das regiões centrais da cidade. O governador Raimundo Colombo anunciou, nesta terça-feira (20), que o empreendimento será desativado até 2014, sendo transferido para o município de Imaruí, no Sul do Estado.
O destino da atual área do complexo penitenciário ainda não está decidido, mas o governador descartou a venda do terreno para a iniciativa privada, confirmando que será de uso da comunidade. As hipóteses lançadas por Raimundo Colombo são de um hospital, de área de lazer ou também de um parque de tecnologia. “Vamos achar o melhor destino, mas ela não será vendida para especulação imobiliária”, garante Colombo.
Os detentos do regime fechado, onde os presos já foram julgados, serão transferidos para o novo complexo em Imaruí, de 21 mil m² construídos e capacidade para 1,2 mil detentos. Os outros presos do Complexo da Agronômica, como os lotados no albergue, em custódia, e o presídio feminino serão distribuídos para os presídios de Biguaçu e Palhoça. São cerca de dois mil presos que estão no complexo de Florianópolis.
O município de Imaruí foi escolhido pois o terreno está em condições de passar pelo licenciamento ambiental para instalação da penitenciária e também carece de investimentos para o desenvolvimento econômico. “Em 90 dias, queremos começar as obras em Imaruí”, projeta o governador Raimundo Colombo. A cidade de Imaruí tem o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre os municípios da Associação dos Municípios da Região de Laguna (Amurel) e a instalação do empreendimento vai garantir a atração de novos investimentos para a região.
O complexo penitenciário, que será instalado em Imaruí, deve gerar cerca de 300 oportunidades de emprego e renda para a região. “Em média, é contratado um funcionário para cada cinco detentos, desde agentes prisionais até cozinheiras, motoristas, médicos, dentistas, além de serviços gerais e administrativos”, analisa o diretor do Departamento Estadual de Administração Prisional do Estado de Santa Catarina (Deap), Leandro Soares Lima.
Outro exemplo citado como gerador de riquezas a partir da penitenciária é a produção dos detentos. “Os presos trabalham dentro da unidade, o que acaba atraindo para a cidade empresas interessadas nesta produção mais econômica”, informa Leandro Lima. Consequentemente, aumentam também os impostos pagos ao município, como o Imposto sobre Serviços - ISS. As cifras mais altas na arrecadação do município começarão a aparecer já durante a obra e podem ser convertidas em benefícios à população, como reformas nas escolas, postos de saúde, construção de praças, reformas nas estradas, entre outros. Os moradores também vão sentir os reflexos no início da construção, com a contratação da mão de obra local e maior circulação de dinheiro na cidade.
Dados gerais:
• Área construída: 21 mil m²;
• Localização: Sertão do Cangueri. Não há necessidade de realocação de famílias e a área está fora de Unidades de Conservação;
• Segurança máxima;
• Espaço para 1.200 detentos;
• Utilização das mais modernas tecnologias de segurança;
• Detentos não têm contato direto com os agentes e nem com a população;
• Ambulatório e refeitório internos;
• Escolas e oficinas dentro da penitenciária;
• Gerador, reservatório de água e depósito de lixo próprios;
• Geração de empregos diretos e indiretos;
• As famílias dos detentos não costumam morar perto da penitenciária;
• Aumento na arrecadação dos impostos municipais;
• Maior repasse do Governo Estadual para o município;
• Mais dinheiro circulando na cidade com os empregos gerados.