Florianópolis - Nesta segunda-feira (19), o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Sergio Gargioni, realizou uma reunião para assinar contratos no valor de quase R$ 13 milhões para pesquisadores de renome nacional desenvolverem ciência de ponta. Desde pesquisa básica na área da Química, até estudos de aplicação direta no território catarinense, os projetos têm em comum o fato de serem conduzidos por núcleos de excelência e por terem sido selecionados por meio de uma chamada pública da Fundação.
Há trabalhos sobre os mais variados assuntos, como a preservação e o cultivo dos peixes nativos no Rio Uruguai, a aplicação da nanotecnologia para o desenvolvimento sustentável de materiais de construção civil, e a digitalização de obras e acervos literários catarinenses. Das 18 propostas aprovadas, 16 partiram da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), uma veio da Fundação Universidade Regional de Blumenau (Furb) e uma da Universidade do Vale do Itajaí (Univali).
O professor do Departamento de Farmacologia da UFSC João Batista Calixto já havia sido beneficiado em 2007 pelo Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex). Na terça-feira (20), ele receberá a primeira parcela dos R$ 600 mil garantidos para que, junto com sua equipe, possa analisar novos mecanismos envolvidos no controle dos processos inflamatórios, dolorosos e neurodegenerativos, focando em plantas medicinais com atividade antiinflamatória e antinociceptiva (capaz de reduzir ou eliminar dores).
A maior verba aprovada, R$ 1,2 milhão, vai para o grupo coordenado pelo professor do Departamento de Química da UFSC Hugo Alejandro Gallardo Olmedo. O projeto tem como objetivo fazer a síntese de materiais funcionais adequados para constituição de dispositivos e nanoestruturas, com aplicações nas indústrias eletrônica e farmoquímica. “Alguns destes materiais inteligentes são conhecidos há muito tempo, como o cristal líquido usado em telas de televisão, por exemplo. Mas eles têm mais funcionalidades a serem descobertas”, explica Olmedo.
Terceira chamada
O Pronex provê verbas para pesquisadores de comprovada competência, organizados para desenvolver projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação na fronteira do conhecimento. O volume de aplicações triplicou desde a criação do programa, em 2003. Naquele ano, uma chamada pública ofereceu R$ 4,8 milhões; em 2007, R$ 6, 1 milhões; e em 2011, R$ 11,8 milhões do Governo do Estado, com contrapartida de R$ 1,2 milhão do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).