Representantes de São Bento, Rio Negrinho, Campo Alegre e Corupá estiveram na Alemanha recentemente
O prefeito Magno Bollmann recebeu o Evolução na manhã de quinta-feira para falar de sua recente viagem à Alemanha como integrante de comitiva regional que foi conhecer um projeto do Ifas – Instituto de Gestão Aplicada em Fluxos de Materiais. “Fomos representar o Brasil”, disse Magno, informando que também estiveram presentes grupos de outros nove países. O objetivo principal foi conseguir maiores informações a respeito da destinação de materiais que atualmente vão parar no aterro sanitário, com a finalidade de aumentar a reciclagem e investir em geração de energia. “Temos potencial para isso”, definiu Magno. “Trata-se de um sistema de reaproveitamento de material orgânico”, contou. Para tanto, será necessária a construção de um biodigestor – espécie de usina –, cujos investimentos devem ficar entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões.
Para a construção do biodigestor, devem ser unidos esforços dos quatro municípios integrantes do Consórcio Quiriri, ou seja, São Bento do Sul, Rio Negrinho, Campo Alegre e Corupá. Com o biodigestor é possível formar o chamado biogás, que, segundo Magno, pode tanto ser aplicado na indústria como pode ser comercializado junto à rede convencional. Outra produção possível é a de biomassa, com restos de vegetação, como a do tronco da bananeira, por exemplo. O Ifas, de acordo com o prefeito, já tem informações mais detalhadas sobre os números de São Bento do Sul – e no início do ano que vem serão contabilizados maiores detalhes sobre os outros municípios do Consórcio Quiriri.
Magno também falou sobre as obras de esgoto que devem iniciar no primeiro trimestre de 2012 na área central de São Bento do Sul, com investimentos de R$ 11 milhões. Para o segundo semestre, informou o prefeito, outra etapa contempla mais R$ 14 milhões em investimentos. Com estes trabalhos, frisou Magno, São Bento do Sul deve ser contemplada com uma cobertura de 50% de coleta e tratamento de esgoto até 2014.
PAGAMENTO SOBRE SERVIÇOS AMBIENTAIS
Um dos projetos ambientais desenvolvidos em São Bento é o PSA – Pagamento Sobre Serviços Ambientais, que encerra o primeiro ano com dezoito proprietários inscritos. Os pagamentos totalizaram pouco mais de R$ 11 mil. O programa visa incentivar a preservação e recuperação das margens do Rio Vermelho/Humbold, responsável pelo abastecimento de água do município. O pagamento para os onze primeiros agricultores que integraram o programa aconteceu no mês de junho. Ontem, quinta-feira, mais sete proprietários de terrenos às margens do Rio Vermelho receberam o pagamento. “Trata-se de um incentivo à preservação e recuperação da área próxima do rio, visando a produção de água para abastecimento futuro do município”, ressaltou o presidente do Samae, Geraldo Weihermann.
O prefeito Magno Bollmann agradeceu aos agricultores que integraram ao PSA, reforçando que as ações que forem realizadas por eles resulta em beneficio para toda a população de São Bento do Sul. “Os repasses são feitos com recursos públicos, que são contribuição de toda a comunidade são-bentense”, disse. “É uma forma de valorizar o trabalho desenvolvido visando à preservação da água e do meio ambiente”. Segundo o diretor de Meio Ambiente, Marcelo Hübel, esta ação de recuperação foi iniciada neste ano, “porém os resultados virão com o tempo”.
“A recuperação da mata nativa demora um pouco, a plantação das mudas iniciou nas propriedades participantes e o desenvolver dessas plantas é lento. Vale lembrar que a mata protege o rio de erosão e serve como reservatório de água, evitando que em caso de enxurrada toda a água siga direto para o rio”, explicou. Os proprietários de terrenos nas margens do Rio Vermelho/Humbold que tenham interesse em ingressar no programa devem entrar em contato com o Samae. O pagamento acontece anualmente sendo definido o Dia do Meio Ambiente, 5 de junho, como data oficial para o repasse ao agricultores.
EM RIO NEGRINHO
Já o prefeito de Rio Negrinho, Osni Schroeder, convocou a imprensa regional para entrevista coletiva nesta semana. Em seu gabinete – e inicialmente acompanhado por profissionais do corpo técnico do Samae –, Osni falou a respeito das obras de esgoto no valor de R$ 13 milhões que serão feitas no município, após o projeto passar por “uma análise altamente técnica” no governo federal. Objetivo é licitá-las até fevereiro próximo. Com estas obras (que devem levar dois anos para serem concluídas) e com as em andamento, haverá “quase 100% da cidade” com atendimento de coleta e tratamento de esgoto, informou o alcaide.
Os R$ 13 milhões são a fundo perdido, ou seja, não há necessidade de devolução dos valores, contemplados através do PAC II. Osni também falou a respeito de sua recente viagem à Alemanha, integrando comitiva da região. O país, citou, “está na vanguarda em termos de geração de energia alternativa”. Um dos projetos conhecidos foi o “Lixo Zero”, o qual não permite, desde 2005, o depósito de lixo nos aterros sanitários – sendo que o material orgânico é todo transformado em energia e o reciclável é todo aproveitado.