Florianópolis - Os principais indicadores da indústria catarinense mostram que 2011 foi um ano difícil para o setor, que inicia 2012 com o desafio de aumentar a competitividade para não repetir o desempenho atual. A produção industrial catarinense recuou 4,4% e as vendas ficaram praticamente estagnadas, com alta de 0,7% até outubro (último dado disponível). O desempenho positivo ficou por conta do emprego, que cresceu 4,2% na indústria da transformação e 15,9% na indústria da construção civil. As exportações também registraram resultado positivo, com elevação de 20,2%, contudo, as importações cresceram num ritmo superior e alcançaram 24,9% até novembro. O saldo da balança comercial de Santa Catarina acumula déficit de US$ 5,25 bilhões.
O Produto Interno Bruto (PIB) passou por revisões ao longo do ano e deve fechar 2011 com crescimento entre 2,5% e 3%. "A efetiva execução dos planos de investimento do governo em obras de infraestrutura e uma melhora no ritmo dos trabalhos voltados à preparação do País para a Copa e Olimpíadas serão questões decisivas para que o Brasil possa manter em 2012 pelo menos um nível de crescimento em patamar semelhante ao observado em 2011. Além disso, as medidas governamentais de estímulo à economia para enfrentar o cenário de crise internacional serão fundamentais, considerando o agravamento da crise na Europa e a perspectiva de baixo crescimento nos Estados Unidos", afirma o presidente da FIESC, Glauco José Côrte.
A desaceleração do setor industrial catarinense em 2011 foi puxada pela menor demanda em mercados importantes como o norte-americano e o europeu. Além disso, os produtos catarinenses estão mais caros no exterior em virtude dos juros altos, da infraestrutura precária e dos sobressaltos que a taxa de câmbio sofreu em 2011. A competição no mercado internacional ficou mais acirrada, com um número maior de países disputando o mesmo espaço, além do forte avanço da concorrência com os países asiáticos. "Com os desafios já conhecidos, fica mais evidente a necessidade de elevar a competitividade do Brasil", diz Côrte.
Segundo estimativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) o setor não deve puxar o crescimento em 2012 e iniciará o ano num cenário de crescimento econômico moderado, com estimativa de 3% para o PIB brasileiro e de 2,3% para o industrial. Há a expectativa de que o ano também será de aumento do protecionismo internacional, com redução da oferta de crédito. No plano nacional, estima-se que a taxa de juros seguirá em tendência de queda e que o emprego irá crescer, porém em ritmo menor que o registrado em 2011.