Policiais Civis, vindos de todas as regiões de Santa Catarina, realizaram hoje à tarde, no auditório do Golden Executive Hotel, em São José, a maior assembleia da história da categoria no estado. Foram mais de mil policiais, representando dezenas de municípios. Todos dispostos a manter a união, a garra e a vontade de lutar em busca de valorização profissional e melhores salários.
Em quase três horas de assembleia, os policias analisaram as medidas anunciadas pelo governo no meio da semana, discutiram as sugestões de luta trazidas pelos representantes das regiões, reafirmaram as principais reivindicações do movimento e aprovaram novas formas de pressão sobre o governo já a partir da próxima semana.
Com vaias e gritos de protesto, a categoria foi unânime ao afirmar que o reajuste concedido pelo Executivo ainda está muito longe de resolver a enorme defasagem salarial da Polícia Civil de Santa Catarina. Mesmo considerando um avanço relativo a incorporação dos abonos e o estabelecimento de uma data-base para as negociações, eles não abrem mão da compactação da carreira e do pagamento em forma de subsídio.
Os debates finais, que contaram com a importante participação dos policiais civis de base e das lideranças das três entidades, mostraram isso de forma ainda mais clara. Agora, o caminho a seguir está traçado em torno das nove proposições aprovadas pela assembleia, que começarão a ser colocas em prática já a partir da próxima semana e que tem como principal objetivo sensibilizar o governo a apresentar até o próximo dia 1º de dezembro uma proposta concreta às reivindicações da categoria.
Mas a assembleia geral de hoje não ficou apenas nos debates e discursos. O ponto alto dos protestos foi quando o policial civil aposentado, João Guerreiro Filho, mostrou a todos, inclusive para a imprensa, o seu contracheque, como resposta ao desafio proposto pelo governador Raimundo Colombo. Com mais de 30 anos de serviços prestados à Instituição, Guerreiro recebe hoje de provento líquido o valor de R$ 2.412,00 (veja foto). "Esta aí a sua resposta, governador", afirmou.