Diogo Vargas | diogo.vargas@diario.com.br
Mesmo com o reajuste de 8% anunciado pelo governo, os policiais civis decidiram manter a paralisação nas delegacias de polícia de Santa Catarina até quinta-feira. O atendimento e as investigações estão comprometidos nesse período. A internet é a saída para quem precisa fazer boletim de ocorrência (www.pc.sc.gov.br).
Nesta quinta-feira, segundo dia do movimento, os policiais civis marcaram manifestação para as 9h na frente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), de Florianópolis, no Bairro Estreito. A categoria quer aumentar a participação de servidores do órgão de trânsito que, na quarta-feira, praticamente mantiveram o atendimento normal.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Pedro Joaquim Cardoso, estima em 90% a adesão dos agentes de polícia pelo Estado. Na Grande Florianópolis, a participação de delegados, escrivães e investigadores também é significativa. Um grupo protestou em frente a 5ª DP, na Trindade, e na Casa d'Agronômica, mas nenhum incidente foi registrado.
Nas delegacias, os policiais atendem apenas casos graves como homicídios, assaltos e flagrantes. Na Central de Polícia de Florianópolis e de São José, nenhum boletim de ocorrência foi efetuado de manhã e tarde. A assembleia geral dos policiais será quinta-feira às 14 horas no Golden Hotel, em São José. Por enquanto, o indicativo é de greve geral, boicote à operação Veraneio e entrega de cargos comissionados por delegados.
— Isso não é o aumento (8%), é só inflação. Estamos no fundo do poço. O agente arrisca a vida, dá plantão e recebe R$ 781 de salário — lamentou o delegado Renato Hendges, presidente da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol).