MBE visa colher mais de 1,4 milhão de assinaturas para enviar um abaixo-assinado ao Congresso como forma de manifestação, lutando para transformar o estudo em Projeto de Lei
Diminuir o peso da carga tributária e melhorar a gestão dos recursos públicos. Esse é o principal objetivo do Movimento Brasil Eficiente, que intensifica nesse momento os seus trabalhos com as Associações Empresariais do Planalto Norte. No Congresso Empresarial da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), realizado em Florianópolis na semana passada, foi possível discutir um pouco mais sobre o movimento e conhecer quais ações estão sendo praticadas em todo o País. A exemplo do projeto Ficha Limpa, de iniciativa popular, o MBE visa colher mais de 1,4 milhão de assinaturas para enviar um abaixo-assinado ao Congresso como forma de manifestação, lutando para transformar o estudo em Projeto de Lei.
As Associações Empresariais mantiveram o compromisso de disseminar um pouco mais em seu município o impacto da carga tributária e conseguir o maior número de assinaturas possível. Sem qualquer vinculação político-partidária, o movimento traça para os brasileiros um roteiro de ação capaz de conduzir o crescimento econômico e a geração de empregos à média decenal de 6% ao ano, praticamente dobrando a renda per capita da população em 2020. Isso será possível desde que a carga tributária caia para patamares de 30% do PIB ao fim da década.
SENSIBILIZAÇÃO
O Movimento quer sensibilizar principalmente a população, a classe política e os governantes eleitos, para que haja eficiência nos gastos públicos, combatendo a corrupção, a má aplicação dos recursos e o desperdício. No saite www.brasileficiente.org.br é possível participar do abaixo-assinado, assim como conhecer mais sobre as propostas que objetivam transparência nos gastos públicos. A Associação Empresarial de São Bento do Sul (Acisbs) está entrando em contato com diversas entidades para buscar parcerias, assim como seus associados, e difundir a ideia de um Brasil mais eficiente com mais empregos e menos impostos. A Associação Empresarial de Rio Negrinho (Acirne) já disseminou sobre o MBE aos associados na noite de segunda-feira, e também tem previsto encontros com as empresas para relatar a proposta e buscar as assinaturas.
BOLSO DO CONTRIBUINTE
“A carga tributária no Brasil vem tornando-se, cada vez mais, excessiva e pesando enormemente no bolso do contribuinte. O País precisa rever urgentemente toda esta situação e tomar medidas concretas, que não fiquem só no discurso”. O alerta partiu do líder do PP, deputado Silvio Dreveck, ao retornar de São Paulo – onde participou de encontro promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o tema “Competitividade”. Para Dreveck, “só com medidas efetivas é que o Brasil poderá tornar-se realmente competitivo e acompanhar o esforço dos países mais desenvolvidos”. Ele frisa: “A competitividade é um tema muito mais complexo do que se imagina: além do nosso grande peso que é a excessiva carga tributária, o tema exige, também, cuidado com outros aspectos, como a situação dos sistema viário, portuário e aeroviário. Sem equacionar esses pontos vitais, não há como se pensar em competitividade”.
O parlamentar admitiu que o governo federal “tem tomado algumas iniciativas, tentando amenizar o problema, como a do antidumping em relação à China, mas essas medidas não são duradouras”. Uma das ações que o País precisa empreender, “juntamente com a redução de sua carga tributária e melhoria de sua infraestrutura, é o investimento muito maior na educação de qualidade”, afirmou o parlamentar. “O Brasil vem experimentando uma fase de desenvolvimento, é verdade, mas suas empresas, por exemplo, quando desejam ampliar sua planta, têm enorme dificuldade para contratar pessoal qualificado”. Ele lembra que há empreendimentos privados voltados para esse objetivo, “mas é preciso uma política oficial visando à qualificação e aperfeiçoamento de pessoal”.
Silvio enfatizou que essas medidas, dentre outras, “são vitais para que o País possa competir no plano internacional, já que o Brasil tem grande potencial econômico, pontificando setores como o agronegócio e se notabilizando como fornecedor de alimentos e de energia”. O deputado recordou que “todo esse potencial econômico é ainda extremamente beneficiado pela natureza”, pois “o País é o que detém o maior percentual de água doce do planeta, conta com energia limpa e precisa – isso sim – ampliar sua matriz energética para aumentar sua competitividade”.