São Bento - Uma sala trancada por uma porta acionada com senha virou abrigo para seis bananas de dinamite na Delegacia Regional de São Bento do Sul. Os explosivos foram apreendidos na madrugada de domingo, com cinco suspeitos de integrarem uma quadrilha que teria feito até 13 ataques a caixas eletrônicos em SC entre agosto e outubro.
PDF: como agem os caixeiros
Nesta segunda, os policiais de São Bento ainda aguardavam o recolhimento das dinamites para perícia. Mas já tinham certeza de que o material foi desviado de um fabricante do Rio Grande do Sul. Para a investigação, resta saber se o desvio ocorreu ainda na fabricação ou no transporte.
É a primeira vez que a polícia catarinense põe a mão em dinamites antes da entrega para uso em caixas. Elas são a principal prova contra um grupo suspeito de envolvimento nas explosões de caixas eletrônicos.
Empresas de detonação de rochas, pedreiras e fabricantes de explosivos estão sendo investigados na Operação Rastro, força-tarefa montada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) para prender os envolvidos.
A operação prossegue com os trabalhos, de acordo com o secretário César Grubba.
— As investigações continuam, inclusive com foco em outras regiões do Estado —, diz Grubba. A SSP acredita em desvio ou lavagem de explosivos.
A participação de São Bento no esquema teria sido confirmada pela atuação de dois suspeitos presos na cidade. Anésio Machado e Francisco Franco seriam os principais fornecedores dos responsáveis por explodir os terminais eletrônicos. Depois de presos, preferiram ficar calados.
— Antes do flagrante, nós os monitoramos até que eles entregassem a dinamite para os outros três suspeitos. Depois, seguimos o trio até Balneário Piçarras, onde foram feitas as outras prisões —, conta o delegado de São Bento do Sul, Odair Rogério Sobreira Xavier.
A suspeita da polícia é de que Anésio e Francisco escondiam mais dinamites numa chácara da cidade. A informação ainda não havia sido confirmada nesta segunda. Mesmo sem ter autorização do Exército para o manuseio da dinamite, os investigadores estão convencidos de que os fornecedores e os executores dos roubos conhecem alguma técnica.
— Aquelas bananas, por exemplo, ainda precisariam ser divididas na hora do ataque ao caixa. Ou então a agência voaria pelos ares —, diz o delegado.
Já a participação dos outros três detidos, que moram em Itajaí – Diogo Sagaz, Geovane da Silva e Ariane da Silva – seria na execução dos roubos ou, pelo menos, na intermediação do material para outras quadrilhas, acredita a polícia.